Se você é curioso, e gosta de pesquisar, talvez já tenha se feito essa pergunta antes. E se você nunca teve curiosidade de saber do que é feito o seu cérebro, bem, lá vai mais uma explicação.
O cérebro, como qualquer órgão do corpo, como já dito, é feito de células. Os neurônios são a menor parte desse material celular que chamamos de sistema nervoso. Isso por que a maior parte é dominada por células de suporte chamadas de células gliais, ou da glia. São várias células que dão sustentação ao neurônio, auxiliam-no na condução dos impulsos elétricos, mantém o cérebro a salvo de organismos e substâncias tóxicas através de algo chamado de barreira hemato-encefálica (barreira entre o sangue e o líquido da espinha e cabeça, ou seja, o líquor, que banha o cérebro e a medula), matam organismos invasores, fazem a defesa do cérebro, mantém a homeostase (o equilíbrio) do cérebro.
Há várias células gliais, sendo elas os astrócitos, os oligodendrócitos, e a micróglia.
Os astrócitos, chamados assim por terem a forma de estrelas (astros) são as células de sustentação e suporte neuronal propriamente ditas. Há várias formas e tipos deles. Aqui vai um astrócito:
Essa figura veio daqui: http://www.sobiologia.com.br/figuras/Histologia/sinapse3.gif
Observem que os astrócitos se ligam aos vasos e aos neurônios, Nos vasos, eles impedem que substâncias e organismos nocivos cheguem ao cérebro (barreira hemato-encefálica).
Os oligodendrócitos são células que principalmente produzem a bainha de gordura (mielina) que envolve os neurônios e ajuda na condução elétrica dos impulsos neuronais. Na figura acima, um oligodendrócito é demonstrado como uma pequena célula entre dois neurônios.
Já a micróglia é o sistema imunológico, de defesa propriamente dita, do sistema nervoso. São os vigias, os guardiões que iniciam um ataque caso haja uma invasão de organismos tipo vírus ou bactérias, e também retiram restos de células mortas. Um componente da micróglia, com as outras células:
Essa foto veio daqui: http://www.poderdasmaos.com/site/pub/bancoimg/bancodeimagens/Materia/coluna-11.jpg
Caros amigos e visitantes, este blog não se destina em nenhuma hipótese a dar diagnósticos ou sugerir tratamentos, mas tão somente a alertar acerca de problemas de saúde. Faça um bem a si mesmo, na existência de algum problema de saúde procure um médico. Não respondo a todos os comentários, e nem em tempo real. Posso demorar dias até ter tempo de respondê-los. Perguntas sobre diagnósticos ou tratamentos devem ser feitas a um médico em consulta.
sábado, abril 30, 2011
terça-feira, abril 26, 2011
O neurônio
Se você é curioso, e gosta de pesquisar, talvez já tenha se feito essa pergunta antes. E se você nunca teve curiosidade de saber do que é feito o seu cérebro, bem, lá vai mais uma explicação.
O cérebro, como qualquer órgão do corpo, como já dito, é feito de células. Os neurônios são a menor parte desse material celular que chamamos de sistema nervoso. Isso por que a maior parte é dominada por células de suporte chamadas de células gliais, ou da glia. São várias células que dão sustentação ao neurônio, auxiliam-no na condução dos impulsos elétricos, mantém o cérebro a salvo de organismos e substâncias tóxicas através de algo chamado de barreira hemato-encefálica (barreira entre o sangue e o líquido da espinha e cabeça, ou seja, o líquor, que banha o cérebro e a medula), matam organismos invasores, fazem a defesa do cérebro, mantém a homeostase (o equilíbrio) do cérebro.
Há várias células gliais, sendo elas os astrócitos, os oligodendrócitos, e a micróglia.
Os astrócitos, chamados assim por terem a forma de estrelas (astros) são as células de sustentação e suporte neuronal propriamente ditas. Há várias formas e tipos deles. Aqui vai um astrócito:
Observem que os astrócitos se ligam aos vasos e aos neurônios, Nos vasos, eles impedem que substâncias e organismos nocivos cheguem ao cérebro (barreira hemato-encefálica).
Os oligodendrócitos são células que principalmente produzem a bainha de gordura (mielina) que envolve os neurônios e ajuda na condução elétrica dos impulsos neuronais. Na figura acima, um oligodendrócito é demonstrado como uma pequena célula entre dois neurônios.
Já a micróglia é o sistema imunológico, de defesa propriamente dita, do sistema nervoso. São os vigias, os guardiões que iniciam um ataque caso haja uma invasão de organismos tipo vírus ou bactérias, e também retiram restos de células mortas. Um componente da micróglia, marcado com o número 5, com as outras células:
O cérebro, como qualquer órgão do corpo, como já dito, é feito de células. Os neurônios são a menor parte desse material celular que chamamos de sistema nervoso. Isso por que a maior parte é dominada por células de suporte chamadas de células gliais, ou da glia. São várias células que dão sustentação ao neurônio, auxiliam-no na condução dos impulsos elétricos, mantém o cérebro a salvo de organismos e substâncias tóxicas através de algo chamado de barreira hemato-encefálica (barreira entre o sangue e o líquido da espinha e cabeça, ou seja, o líquor, que banha o cérebro e a medula), matam organismos invasores, fazem a defesa do cérebro, mantém a homeostase (o equilíbrio) do cérebro.
Há várias células gliais, sendo elas os astrócitos, os oligodendrócitos, e a micróglia.
Os astrócitos, chamados assim por terem a forma de estrelas (astros) são as células de sustentação e suporte neuronal propriamente ditas. Há várias formas e tipos deles. Aqui vai um astrócito:
http://www.sobiologia.com.br/figuras/Histologia/sinapse3.gif |
https://encrypted-tbn0.google.com/images?q=tbn:ANd9GcR84a-HecWyvE1S0VeuK6ESfSVNznF7su5fjttXgsivINEsTkG0 |
Observem que os astrócitos se ligam aos vasos e aos neurônios, Nos vasos, eles impedem que substâncias e organismos nocivos cheguem ao cérebro (barreira hemato-encefálica).
Os oligodendrócitos são células que principalmente produzem a bainha de gordura (mielina) que envolve os neurônios e ajuda na condução elétrica dos impulsos neuronais. Na figura acima, um oligodendrócito é demonstrado como uma pequena célula entre dois neurônios.
Já a micróglia é o sistema imunológico, de defesa propriamente dita, do sistema nervoso. São os vigias, os guardiões que iniciam um ataque caso haja uma invasão de organismos tipo vírus ou bactérias, e também retiram restos de células mortas. Um componente da micróglia, marcado com o número 5, com as outras células:
https://encrypted-tbn0.google.com/images?q=tbn:ANd9GcRBsosQniHbnyxnHmn1Qsf1G2DDATb-fdkzx-yKp7v9WVRR6wuh3A |
sábado, abril 23, 2011
Hipertensão arterial e neurologia - Relações perigosas
Hipertensão arterial é o aumento persistente da pressão arterial independente de exercícios ou repouso. A pressão normal deve ficar abaixo de 120 mmHg para a pressão sistólica (máxima) e 85 mmhg para a diastólica (mínima). Valores acima disso persistentemente são caracterizados como hipertensão arterial.
Esse problema leva a lesões persistentes nos vasos, que são os condutos por onde passa o sangue. Imagine um vaso flexível (um conduit, por exemplo), por onde passa água. Imagine agora que essa água vem com tudo por dentro do conduit, por anos e anos a fio. Um dia, esse conduit vai sofrer alguma lesão ou mesmo romper.
Pois é, mas nos vasos o negócio é diferente, por que um vaso sanguíneo tem várias camadas (3 na verdade), e a mais interna, chamada de endotélio é na verdade um órgão que produz substâncias importantes. O sangue vindo direto sobre esse vaso, anos e anos a fio, leva a alterações no endotélio, e a mais importante é a deposição de colesterol e placas no endotélio, as famosas placas de gordura nos vasos (placas de ateroma).
Imagine as lesões vasculares em pacientes com pressão alta. Isso pode levar à formação de placas, e essas placas podem sair do local onde se formam e vão lá para cima no cérebro levando a derrames isquêmicos (os AVC's). Mais ainda, alguns vasos mais finos dentro do cérebro podem se romper por conta da pressão alta, levando a hemorragias cerebrais.
Uma figua de um vaso sanguíneo:
Essa figura veio daqui: http://atualizafisio.blogspot.com/2011_02_01_archive.html
Agora um vaso com placa de colesterol:
Essa figura veio daqui: http://www.nutricaoemfoco.com/2008/06/12/os-riscos-do-colesterol/
Observe como a placa suja o vaso e diminui a luz (por onde o sangue circula). Pode ocorrer de essa placa se ferir, e obstruir o vaso, podendo levar também a derrames.
A circulação cerebral é composta de artérias e veias, como em qualquer órgão. As artérias são as carótidas e as vertebrais. Lá vai uma figura:
Essa figura veio daqui: http://www.santagenoveva.com.br/santagenoveva/dicas_avc.htm
Observe que há uma carótida e uma vertebral de cada lado, e essas artérias são importante para p cérebro ficar vivo. Agora, veja uma carótida com placa causada por pressão alta e colesterol elevado:
Essa figura veio daqui: http://www.edward.org/body.cfm?xyzpdqabc=0&id=553&action=detail&AEArticleID=100124&AEProductID=Adam2004_102&AEProjectTypeIDURL=APT_7
Trate sua pressão alta. Você pode ter muitos mais anos de vida com isso.
Como funciona uma consulta médica? - Complemento.
Já falamos em post anterior o que ocorre, ou pode ocorrer, durante uma consulta neurológica. A neurologia é uma especialidade ampla, e muitas parte do corpo podem estar envolvidas em uma doença neurológica. Logo, chegar ao diagnóstico depende de sabermos procurar os sinais correspondentes aos sintomas dos pacientes.
Sintomas são as queixas, coisas que sentimos. Sinais são pistas visuais, táteis ou auditivas, ou seja, palpáveis, de uma doença, e que correspondem aos sintomas. Por exemplo, um paciente pode se queixar de dor de cabeça (um sintoma), e ao exame o médico observa inchaço dentro do olho (sinal) que corresponde à queixa do paciente.
Diz-se que a anamnese (a coleta da história clínica) é um método de pesquisa único, pois aqui o objeto de pesquisa (no caso, o paciente) fala! Ele pode dizer tudo o que sente, e um dos maiores médicos de todos os tempos, o canadense William Osler, dizia o seguinte: "Ouça o paciente com cuidado, ele está dizendo a você o seu diagnóstico".
Ouvir o paciente é questão de arte e paciência, mas também de tempo, algo precioso em consultas de SUS e planos de saúde, onde o médico é obrigado a atender 20, 30, 40 pacientes em um dia para ganhar o suficiente para se manter (é a realidade não só do Brasil, mas de outros países, como os Estados Unidos). Tempo é ouro no consultório, e deve ser usado com calma e sabedoria. Ouvir o paciente é ouro, e saber indagar o paciente, peruntar-lhe as questões certas, também o é.
Mas o paciente também é ativo nesta relação, não somente alguém que responde de forma passiva, mas alguém que fala, que indaga, que avalia o médico, e que reflete sobre o que é necessário falar ou não ao médico, para que este chegue ao diagnóstico de forma mais rápida e menos dolorosa possível, com o mínimo de exames.
Solicitar exames deve ser prática feita de forma judiciosa, criteriosa. Pedir exames vários para ver qual dá resultado positivo ou negativo é como caçar patos em uma clareira de olhos vendados. Você nunca vai saber se acertou um. Assim é a medicina sem a história clínica e sem o exame físico, mas infelizmente nos dias de hoje, com as consultas rápidas de 15 minutos ou menos, isso tem virado rotina.
Quanto mais o médico examina e indaga o paciente, e quanto mais o paciente ajuda o médico fornecendo respostas objetivas às perguntas, ou falando abertamente sobre sua doença quando solicitado pelo médico, menos exames serão pedidos, e mais rapidamente um diagnóstico será alcançado. Um médico não se mede pela capacidade e conhecimento dos exames que sabe pedir, mas pela capacidade de dar um diagnóstico com o mínimo de exames solicitados.
A medicina é uma arte. Dar um diagnóstico é uma arte linda, mas que exige conhecimento científico, psicologia, sabedoria e competência. Chegar a um diagnóstico é como chegar ao culpado de um crime, é uma investigação no melhor estilo Sherlock Holmes, é ser sábio, inteligente para fazer as perguntas certas e observar os detalhes, é observar o paciente desde a sala de espera até a saída do consultório, é colher todos os detalhes, pois todos são importantes. Muitas vezes uma afirmação que o paciente diz, ou uma pequena lembrança que lhe vem à mente, é suficiente para que o médico junte as peças e feche um quebra-cabeça.
O paciente, na sua interação com o médico, deve falar sobre sua doença, dizer o que sente, desde quando, a intensidade dos sintomas, onde estão os sintomas, e o que sente a mais além dos sintomas principais. As indagações do médico poderão levar ao diagnóstico, mas o médico pode ser levado a outras estradas, longe do diagnóstico correto, se não tiver perspicácia ou não souber indagar o paciente.
E se o médico parecer não fazer o que você pensou que ele faria, como por exemplo examinar seu olho quando o que você sente é dor de cabeça, ou ver suas mãos quando você se queixa de fraqueza nas pernas, pergunte a ele o porquê disso para que você possa ajudá-lo em outras ocasiões. Muitas vezes, como dissemos anteriormente, os sinais neurológicos que nos darão o diagnóstico estão em toda a parte do corpo do paciente, é só procurar.
sexta-feira, abril 22, 2011
Síndrome do túnel do carpo
Você já acordou à noite com dormência/formigamento ou fraqueza em uma ou ambas as mãos, com melhora após balançar as mãos algumas vezes? Se já, isso é bastante desagradável, não é mesmo? Pois bem, você pode estar com a síndrome do túnel do carpo (STC). Esta é uma mononeuropatia, ou seja, a lesão de um nervo único em algum lugar do corpo, nesse caso na mão ou no antebraço, o nervo mediano.
Lá vai uma figura do nervo mediano no punho:
Essa figura vem desse site aqui: http://estudiopilatesacquafit.blogspot.com/2011/01/sindrome-do-tunel-do-carpo-e-importante.html
Pois bem, observe que o nervo, esta estrutura amarela no punho, pode ser comprimida entre os dois ossos do antebraço, rádio e ulna, e os ossos da mão, e os tendões dos vários músculos que correm por ali. Mais uma figura:
http://vinhetas.drauziovarella.com.br/entrevistas/carpo1.asp
Em algumas situações, como nas pessoas que digitam muito, que fazem trabalhso manuais, que escrevem muito, ou em pacientes com algumas doenças como diabetes ou hipotireoidismo (queda da função da tireóide), pode haver inflamação e inchaço (edema) do nervo e das estruturas ao redor, levando à compressão do nervo mediano e aos sintomas ditos acima que isso ocasiona.
Mais uma figura:
Que veio desse site aqui: http://google.nucleusinc.com/generateexhibit.php?ID=27577&A=1090
O tratamento dessa doença, quando os sintomas são moderados a graves, é cirúrgico, aliás uma cirurgia benigna e rápida, pois assim impede-se a piora e mesmo a perda de função da mão. Muitas vezes os sintomas são leves, e basta uma tala fixa de punho para dormir para diminuir a compressão do nervo e alentecer a evolução da doença.
Essa figura da tala fixa de punho veio desse site: http://lucianefigueira.wordpress.com/2009/06/18/sindrome-do-tunel-do-carpo/sindrome-do-tunel-do-carpo5/
O uso de anti-inflamatórios pela boca ou locais por injeção também pode ser feito.
Uma coisa interessante: A STC pode ser o primeiro sintoma de diabetes ou de hipotireoidismo. Logo, se você estiver sentindo coisas parecidas com as descritas acima, procure um médico urgente.
Lá vai uma figura do nervo mediano no punho:
Essa figura vem desse site aqui: http://estudiopilatesacquafit.blogspot.com/2011/01/sindrome-do-tunel-do-carpo-e-importante.html
Pois bem, observe que o nervo, esta estrutura amarela no punho, pode ser comprimida entre os dois ossos do antebraço, rádio e ulna, e os ossos da mão, e os tendões dos vários músculos que correm por ali. Mais uma figura:
Essa figura veio desse site: |
http://vinhetas.drauziovarella.com.br/entrevistas/carpo1.asp
Em algumas situações, como nas pessoas que digitam muito, que fazem trabalhso manuais, que escrevem muito, ou em pacientes com algumas doenças como diabetes ou hipotireoidismo (queda da função da tireóide), pode haver inflamação e inchaço (edema) do nervo e das estruturas ao redor, levando à compressão do nervo mediano e aos sintomas ditos acima que isso ocasiona.
Mais uma figura:
Que veio desse site aqui: http://google.nucleusinc.com/generateexhibit.php?ID=27577&A=1090
O tratamento dessa doença, quando os sintomas são moderados a graves, é cirúrgico, aliás uma cirurgia benigna e rápida, pois assim impede-se a piora e mesmo a perda de função da mão. Muitas vezes os sintomas são leves, e basta uma tala fixa de punho para dormir para diminuir a compressão do nervo e alentecer a evolução da doença.
Essa figura da tala fixa de punho veio desse site: http://lucianefigueira.wordpress.com/2009/06/18/sindrome-do-tunel-do-carpo/sindrome-do-tunel-do-carpo5/
O uso de anti-inflamatórios pela boca ou locais por injeção também pode ser feito.
Uma coisa interessante: A STC pode ser o primeiro sintoma de diabetes ou de hipotireoidismo. Logo, se você estiver sentindo coisas parecidas com as descritas acima, procure um médico urgente.
Visão dupla (diplopia)
Diplopia ou visão dupla significa exatamente isso: Você acaba vendo duas coisas quando na verdade só há uma coisa ali. Não, você não está vendo coisas ou ficando lelé. Isso pode ser sinal de alguma doença neurológica.
O olho é uma estrutura complexa. É uma esfera presa à órbita por tecidos moles (gordura e vasos/nervos), pelo nervo óptico que sai do olho e vai direto ao cérebro, e que é o responsável por levar as informações do olho para o cérebro (ou seja, é por meio deste nervo que você enxerga) e pelos músculos extra-oculares, músculos que se parecem em estrutura com os outros músculos do corpo, e que movimentam o olho.
Lá vai uma figura do olho (gosto de mostrar figuras, pois acredito que torna o aprendizado mais fácil):
Note o olho na órbita (cavidade óssea abaixo da fronte), e estas estruturas marrom-avermelhadas saindo lá de trás à esquerda e se inserindo no olho são os músculos extra-oculares.
Há os seguintes pares de músculos (há um de cada lado). As funções de cada um serão citadas brevemente:
1. Reto superior - Eleva o olho
2. Reto inferior - Abaixa o olho
3. Reto medial - Leva o olho para perto do nariz
4. Reto lateral - Leva o olho para longe do nariz
5. Oblíquo superior - Abaixa o olho quando ele está próximo ao nariz
6. Oblíquor inferior - Eleva o olho quando ele está próximo ao nariz
Pois bem, lá vai outra imagem destes pequenos músculos:
Essa figura é ainda melhor, por que mostra a função dos músculos.
E o que é diplopia? Diplopia é quando um destes músculos não está funcionando direito, ou está funcionando demais. Vamos explicar de outro jeito:
O olho é uma câmera, como uma máquina fotográfica, mas bem melhor que uma máquina. O olho consegue captar várias coisas, mas para que isso ocorra, os dois olhos têm que estar funcionando do mesmo jeito e na mesma direção. A imagem que entra nos olhos cai na retina para ser levada ao cérebro. Retina é a camada do olho que se comunica com o cérebro, e é composta de células nervosas (neurônios) e nervos. Esta é a retina:
Bem, observe que a retina é grande, se extende por grande distância dentro do olho. Então, para a imagem ficar bonita, nítida, ela tem que cair na mesma posição em cada retina, ou seja, o mesmo local da retina de cada lado tem de ver aquela imagem, senão o cérebro vai entender que são duas imagens diferentes, pois uma cai em um lado da retina, e a outra cai em outro lado. Entendeu? Se isso não ocorrer, ou seja, se os olhos ficarem desviados um do outro, ocorre a diplopia.
Muitas crianças nascem com estrabismo, ou seja, são vesgas. Então, por que elas não apresentam diplopia? Por que o cérebro delas aprendeu a ver daquele jeito, foi treinado daquele jeito, e vê o mundo daquele jeito. Mas se um estrabismo se desenvolve na vida adulta, aí é outra história. É como se algo que nunca foi mexido, e sempre foi daquele jeito, de repente sofre uma reviravolta. Claro que tudo será diferente dali em diante.
E quais são as causas de diplopia? São preocupantes?
Bem, podemos citar:
1. Uso de medicações - Remédios para dormir, para alergia, para crises convulsivas, quando usados pela primeira vez ou em doses altas podem causar visão dupla. Mas se você tiver esse sintoma, procure um médico antes de dizer que a culpa é a medicação!
2. Derrames - São a causa mais perigosa de diplopia, e devem ser procurados quando a visão dupla vem com mais alguma coisa, como alterações da fala, fraqueza ou perda de sensibilidade, ou mesmo quando só há a visão dupla mesmo e mais nada.
3. Intoxicações - Algumas substâncias podem causar visão dupla, como arsênico. Infecções como o botulismo podem causar visão dupla. Veneno de cobra coral e cascavel também.
4. Doenças musculares - A miastenia gravis, da qual falaremos um pouco em tópicos à frente, pode causar visão dupla.
5. Doenças does nervos (neuropatias) - Também podem causar, como a polirradiculoneuropatia aguda (da qual já falamos) ou crônica.
6. Esclerose múltipla - Falaremos desta doença mais tarde também, mas é causa de visão dupla também.
7. Outras doenças mais raras.
Ou seja, teve visão dupla, vá imediatamente a um médico!
O olho é uma estrutura complexa. É uma esfera presa à órbita por tecidos moles (gordura e vasos/nervos), pelo nervo óptico que sai do olho e vai direto ao cérebro, e que é o responsável por levar as informações do olho para o cérebro (ou seja, é por meio deste nervo que você enxerga) e pelos músculos extra-oculares, músculos que se parecem em estrutura com os outros músculos do corpo, e que movimentam o olho.
Lá vai uma figura do olho (gosto de mostrar figuras, pois acredito que torna o aprendizado mais fácil):
http://www.miracleintheeye.com/images_miracle_eye/eye_muscle_3.jpg |
Note o olho na órbita (cavidade óssea abaixo da fronte), e estas estruturas marrom-avermelhadas saindo lá de trás à esquerda e se inserindo no olho são os músculos extra-oculares.
Há os seguintes pares de músculos (há um de cada lado). As funções de cada um serão citadas brevemente:
1. Reto superior - Eleva o olho
2. Reto inferior - Abaixa o olho
3. Reto medial - Leva o olho para perto do nariz
4. Reto lateral - Leva o olho para longe do nariz
5. Oblíquo superior - Abaixa o olho quando ele está próximo ao nariz
6. Oblíquor inferior - Eleva o olho quando ele está próximo ao nariz
Pois bem, lá vai outra imagem destes pequenos músculos:
http://catalog.nucleusinc.com/imagescooked/28509W.jpg |
Essa figura é ainda melhor, por que mostra a função dos músculos.
E o que é diplopia? Diplopia é quando um destes músculos não está funcionando direito, ou está funcionando demais. Vamos explicar de outro jeito:
O olho é uma câmera, como uma máquina fotográfica, mas bem melhor que uma máquina. O olho consegue captar várias coisas, mas para que isso ocorra, os dois olhos têm que estar funcionando do mesmo jeito e na mesma direção. A imagem que entra nos olhos cai na retina para ser levada ao cérebro. Retina é a camada do olho que se comunica com o cérebro, e é composta de células nervosas (neurônios) e nervos. Esta é a retina:
|
Bem, observe que a retina é grande, se extende por grande distância dentro do olho. Então, para a imagem ficar bonita, nítida, ela tem que cair na mesma posição em cada retina, ou seja, o mesmo local da retina de cada lado tem de ver aquela imagem, senão o cérebro vai entender que são duas imagens diferentes, pois uma cai em um lado da retina, e a outra cai em outro lado. Entendeu? Se isso não ocorrer, ou seja, se os olhos ficarem desviados um do outro, ocorre a diplopia.
Muitas crianças nascem com estrabismo, ou seja, são vesgas. Então, por que elas não apresentam diplopia? Por que o cérebro delas aprendeu a ver daquele jeito, foi treinado daquele jeito, e vê o mundo daquele jeito. Mas se um estrabismo se desenvolve na vida adulta, aí é outra história. É como se algo que nunca foi mexido, e sempre foi daquele jeito, de repente sofre uma reviravolta. Claro que tudo será diferente dali em diante.
E quais são as causas de diplopia? São preocupantes?
Bem, podemos citar:
1. Uso de medicações - Remédios para dormir, para alergia, para crises convulsivas, quando usados pela primeira vez ou em doses altas podem causar visão dupla. Mas se você tiver esse sintoma, procure um médico antes de dizer que a culpa é a medicação!
2. Derrames - São a causa mais perigosa de diplopia, e devem ser procurados quando a visão dupla vem com mais alguma coisa, como alterações da fala, fraqueza ou perda de sensibilidade, ou mesmo quando só há a visão dupla mesmo e mais nada.
3. Intoxicações - Algumas substâncias podem causar visão dupla, como arsênico. Infecções como o botulismo podem causar visão dupla. Veneno de cobra coral e cascavel também.
4. Doenças musculares - A miastenia gravis, da qual falaremos um pouco em tópicos à frente, pode causar visão dupla.
5. Doenças does nervos (neuropatias) - Também podem causar, como a polirradiculoneuropatia aguda (da qual já falamos) ou crônica.
6. Esclerose múltipla - Falaremos desta doença mais tarde também, mas é causa de visão dupla também.
7. Outras doenças mais raras.
Ou seja, teve visão dupla, vá imediatamente a um médico!
Paralisia facial
Quem já teve paralisia facial? É incômodo, não é mesmo? Mas na maior parte dos casos, é benigna.
Muito bem, nosso rosto é composto de várias estruturas, e uma delas é um nervo chamado de nervo facial. Nervos são estruturas que saem do sistema nervoso e como ligações elétricas mantém os músculos, a pele, a sensibilidade, as glândulas funcionando.
Vamos ver uma figura do nervo facial:
E não se assustem com a figura. Bem, os fios amarelos andando pelo rosto são o nervo facial. São muitos, mas muitos músculos mesmo que este nervo inerva. E ele passa por dentro de um canal muito, mas muito estreito e todo feito de osso antes de desembocar no rosto logo abaixo de sua orelha.
Sabe-se que toda vez que uma estrutura, um órgão, etc..., no corpo é lesado ou traumatizado, ele inflama, e inflamação quer dizer inchaço. Sua pele incha e inflama quando você se fere ou quebra algum osso, não é mesmo? Pois é, o nervo facial, se lesado, também incha. E ele passa, como dissemos, por um canal estreito e duro, rígido. Pois bem, imagine o nervo aumentado por uma lesão ou uma inflamação. Ele não tem para onde correr, por que ele não pode sair do canal onde ele fica. Logo, uma inflamação no nervo facial acaba por lesar o nervo ainda mais.
Observe por onde o nervo facial passa. Ele passa junto com o tímpano no ouvido, lá dentro dele.
Bem, figura complicada esta não, mas vamos explicá-la. Esse osso grosso, cheio de buracos no lado direito da figura é a mastoide, o osso logo atrás de sua orelha. Está sentindo uma protuberância atrás de sua orelha bem rígida? Pois é, é esse osso aí. Esse nervo (O frio grosso em amarelo logo à direita, o mais grosso de todos) é o nervo facial. E ele não está solto assim, só está assim para você ver. Na verdade, ele está todo encoberto por osso. Mas por que diabos eu estou falando tudo isso para você? Agora vamos entender tudo.
A paralisia facial é provavelmente causada por um vírus, talvez (e eu disse, talvez), o mesmo víris que dá aquelas lesões nos lábios, o herpes tipo 1. Quando o vírus acomete o nervo, ele o leva à inflamação. Inflamado, e preso no seu canal, o nervo para de funcionar direito, e ocorre o que você percebe no seu rosto. Paralisia de todo um lado do rosto, que pode ser maior em cima ou embaixo, dificuldade de fechar um dos olhos, de fazer careta com um dos lados do rosto, de assobiar, de assoprar, de mastigar, às vezes com comida ou saliva saindo do canto paralisado da boca. Entendeu o porquê de toda essa ladainha anatômica?
Bem, e se você tiver isso, o que você deve fazer? Em primeiro lugar, a paralisia facial (chamada de paralisia de Bell quando sem causa conhecida, como os casos supostamente causados por vírus) é comum, e pode ocorrer várias vezes em uma mesma pessoa, mudando de lado, mas geralmente ocorre uma só vez. Em segundo lugar, você pode sentir uma dor ou dormência atrás da orelha do mesmo lado afetado antes de perceber a paralisia. Em terceiro lugar, há outras doenças que podem se manifestar como paralisia facial, como derrames, especialmente se você obervar paralisia do lado contrário do corpo (o rosto todo paralisou à direita, a fala está empastada, e o lado esquerdo do corpo está fraco também).
A primeira coisa a fazer é manter a calma, e ir imediatamente a um médico. Não espere passar, pois isso pode atrasar o tratamento. Sabendo-se que o nervo facial está preso em um túnel estreito e rígido (olha a importância de saber anatomia de novo, aí) e que ele está inflamado, quanto mais rápido a inflamar acabar melhor, não é mesmo? Logo, atrasar a ida a um médico só piora a situação. Depois de o examinar, o médico vai tirar suas conclusões. Se for paralisia facial de Bell mesmo (ou seja, se não for alguma outra doença), o tratamento vai envolver anti-inflamatórios que só o médico vai saber prescrever (não adianta ir a farmácias e comprar um, você vai estar gastando dinheiro em vão) e proteção do olçho acometido.
Proteção do olho??? O que o olho tem a ver com isso? Ora, na paralisia facial, você não consegue fechar o olho direito, e ele fica exposto a agressores do ambiente, podendo levar a inflamações, infecções ou mesmo lesões mais sérias do olho. Logo, uma proteção ocular com colírios e proteção física com gaze e micropore/gaze toda vez que você se expuser a ventos, poeira ou ao dormir, tem de ser feita, e é muito, mas muito importante.
Algumas vezes, mesmo fazendo todo o tratamento correto, a paralisia não volta. São casos raros, mas podem ocorrer. O mais comum é a paralisia recuperar totalmente em dias a semanas. Um exame chamado de eletroneuromiografia pode ser feito para verificar o tamanho da lesão do nervo, na dependência do seu médico. Um exame de imagem nos casos em que a paralisia não voltar ou demorar para voltar, como uma ressonância magnética da cabeça, pode também ser feito, mas é seu médico quem vai decidir isso. E fisioterapia deve ser feito nos casos mais graves, que não obtiverem melhora, mas deve-se aguardar algumas semanas para iniciá-la. Tudo isso, o seu médico saberá lhe informar.
Mas doutor, eu observei que junto com a paralisia apareceram lesões como bolhas com crostas na minha orelha do mesmo lado da paralisia, e com dor. O que é isso? Opa, isso pode ser mais grave. Essas lesões podem ser manifestação de uma doença chama de Herpes Zoster (que os antigos chamavam de cobreiro), e que dá lesões em um só lado do corpo, geralmente no tronco ou na barriga, mas que pode ocorrer em um braço ou uma perna. Essa doença é uma reativação da catapora (é isso mesmo, quando você pega catapora, chamada de varicela tecnicamente, o vírus não morre totalmente nem vai embora, mas fica silencioso, dormindo nos seus nervos. Perda da imunidade, doenças crônicas, AIDS, envelhecimento, ou sem causa alguma, o vírus pode voltar como essas lesões que podem acometer a orelha, e neste caso, chamamos de Herpes Oticus), e seu tratamento difere um pouco pois, nestes casos, além de internação ser aconselhada, também deve ser feito o uso de medicações pela veia contra o vírus. Nestes casos, a ida ao médico é ainda mais urgente.
Não quero alarmar ninguém, mas quero fazer o paciente entender seu corpo e o que pode causar-lhe problemas, pois se o paciente souber ajudar o médico fornecendo-lhe as informações corretas e fazendo o tratamento indicado, mais cedo o paciente se recupera, e melhor ele vive.
Muito bem, nosso rosto é composto de várias estruturas, e uma delas é um nervo chamado de nervo facial. Nervos são estruturas que saem do sistema nervoso e como ligações elétricas mantém os músculos, a pele, a sensibilidade, as glândulas funcionando.
Vamos ver uma figura do nervo facial:
http://www.sistemanervoso.com/images/anatomia/ncm_39.jpg |
E não se assustem com a figura. Bem, os fios amarelos andando pelo rosto são o nervo facial. São muitos, mas muitos músculos mesmo que este nervo inerva. E ele passa por dentro de um canal muito, mas muito estreito e todo feito de osso antes de desembocar no rosto logo abaixo de sua orelha.
Sabe-se que toda vez que uma estrutura, um órgão, etc..., no corpo é lesado ou traumatizado, ele inflama, e inflamação quer dizer inchaço. Sua pele incha e inflama quando você se fere ou quebra algum osso, não é mesmo? Pois é, o nervo facial, se lesado, também incha. E ele passa, como dissemos, por um canal estreito e duro, rígido. Pois bem, imagine o nervo aumentado por uma lesão ou uma inflamação. Ele não tem para onde correr, por que ele não pode sair do canal onde ele fica. Logo, uma inflamação no nervo facial acaba por lesar o nervo ainda mais.
Observe por onde o nervo facial passa. Ele passa junto com o tímpano no ouvido, lá dentro dele.
http://www.anatomyatlases.org/atlasofanatomy/plate30/images/30-4_static.jpg |
Bem, figura complicada esta não, mas vamos explicá-la. Esse osso grosso, cheio de buracos no lado direito da figura é a mastoide, o osso logo atrás de sua orelha. Está sentindo uma protuberância atrás de sua orelha bem rígida? Pois é, é esse osso aí. Esse nervo (O frio grosso em amarelo logo à direita, o mais grosso de todos) é o nervo facial. E ele não está solto assim, só está assim para você ver. Na verdade, ele está todo encoberto por osso. Mas por que diabos eu estou falando tudo isso para você? Agora vamos entender tudo.
A paralisia facial é provavelmente causada por um vírus, talvez (e eu disse, talvez), o mesmo víris que dá aquelas lesões nos lábios, o herpes tipo 1. Quando o vírus acomete o nervo, ele o leva à inflamação. Inflamado, e preso no seu canal, o nervo para de funcionar direito, e ocorre o que você percebe no seu rosto. Paralisia de todo um lado do rosto, que pode ser maior em cima ou embaixo, dificuldade de fechar um dos olhos, de fazer careta com um dos lados do rosto, de assobiar, de assoprar, de mastigar, às vezes com comida ou saliva saindo do canto paralisado da boca. Entendeu o porquê de toda essa ladainha anatômica?
Bem, e se você tiver isso, o que você deve fazer? Em primeiro lugar, a paralisia facial (chamada de paralisia de Bell quando sem causa conhecida, como os casos supostamente causados por vírus) é comum, e pode ocorrer várias vezes em uma mesma pessoa, mudando de lado, mas geralmente ocorre uma só vez. Em segundo lugar, você pode sentir uma dor ou dormência atrás da orelha do mesmo lado afetado antes de perceber a paralisia. Em terceiro lugar, há outras doenças que podem se manifestar como paralisia facial, como derrames, especialmente se você obervar paralisia do lado contrário do corpo (o rosto todo paralisou à direita, a fala está empastada, e o lado esquerdo do corpo está fraco também).
A primeira coisa a fazer é manter a calma, e ir imediatamente a um médico. Não espere passar, pois isso pode atrasar o tratamento. Sabendo-se que o nervo facial está preso em um túnel estreito e rígido (olha a importância de saber anatomia de novo, aí) e que ele está inflamado, quanto mais rápido a inflamar acabar melhor, não é mesmo? Logo, atrasar a ida a um médico só piora a situação. Depois de o examinar, o médico vai tirar suas conclusões. Se for paralisia facial de Bell mesmo (ou seja, se não for alguma outra doença), o tratamento vai envolver anti-inflamatórios que só o médico vai saber prescrever (não adianta ir a farmácias e comprar um, você vai estar gastando dinheiro em vão) e proteção do olçho acometido.
Proteção do olho??? O que o olho tem a ver com isso? Ora, na paralisia facial, você não consegue fechar o olho direito, e ele fica exposto a agressores do ambiente, podendo levar a inflamações, infecções ou mesmo lesões mais sérias do olho. Logo, uma proteção ocular com colírios e proteção física com gaze e micropore/gaze toda vez que você se expuser a ventos, poeira ou ao dormir, tem de ser feita, e é muito, mas muito importante.
Algumas vezes, mesmo fazendo todo o tratamento correto, a paralisia não volta. São casos raros, mas podem ocorrer. O mais comum é a paralisia recuperar totalmente em dias a semanas. Um exame chamado de eletroneuromiografia pode ser feito para verificar o tamanho da lesão do nervo, na dependência do seu médico. Um exame de imagem nos casos em que a paralisia não voltar ou demorar para voltar, como uma ressonância magnética da cabeça, pode também ser feito, mas é seu médico quem vai decidir isso. E fisioterapia deve ser feito nos casos mais graves, que não obtiverem melhora, mas deve-se aguardar algumas semanas para iniciá-la. Tudo isso, o seu médico saberá lhe informar.
Mas doutor, eu observei que junto com a paralisia apareceram lesões como bolhas com crostas na minha orelha do mesmo lado da paralisia, e com dor. O que é isso? Opa, isso pode ser mais grave. Essas lesões podem ser manifestação de uma doença chama de Herpes Zoster (que os antigos chamavam de cobreiro), e que dá lesões em um só lado do corpo, geralmente no tronco ou na barriga, mas que pode ocorrer em um braço ou uma perna. Essa doença é uma reativação da catapora (é isso mesmo, quando você pega catapora, chamada de varicela tecnicamente, o vírus não morre totalmente nem vai embora, mas fica silencioso, dormindo nos seus nervos. Perda da imunidade, doenças crônicas, AIDS, envelhecimento, ou sem causa alguma, o vírus pode voltar como essas lesões que podem acometer a orelha, e neste caso, chamamos de Herpes Oticus), e seu tratamento difere um pouco pois, nestes casos, além de internação ser aconselhada, também deve ser feito o uso de medicações pela veia contra o vírus. Nestes casos, a ida ao médico é ainda mais urgente.
Não quero alarmar ninguém, mas quero fazer o paciente entender seu corpo e o que pode causar-lhe problemas, pois se o paciente souber ajudar o médico fornecendo-lhe as informações corretas e fazendo o tratamento indicado, mais cedo o paciente se recupera, e melhor ele vive.
quinta-feira, abril 21, 2011
Alguém já ouviu falar de síndrome de Guillain-Barré?
Síndrome de Guillain-Barré (a partir de agora, iremos nos referir a esta doença com a sigla SGB), que nome difícil. Tão difícil, que parece um insulto. Mas na verdade, esta doença, também chamada por outro nome difícil, polirradiculoneuropatia inflamatória aguda, é uma das causas mais comuns de incapacidade em pacientes jovens, e muitas vezes sem doenças prévias.
Bem, vamos ao básico para você entender e não se complicar:
Já falamos que o sistema nervoso é composto de duas partes básicas - o central (cérebro, tronco cerebral e medula), e o periférico (nervos, raízes destes nervos, e músculos). Pois é, a SGB afeta esta última parte, os nervos e raízes.
Aqui você vê o sistema nervoso central. O cérebro lá em cima, em forma de um capacete. O tronco cerebral (mesencéfalo, ponte e bulbo) liga o cérebro à medula, que vem logo embaixo, como um bastão. É da medula que saem os nervos, que ligam o cérebro à periferia do corpo, seus braços, pernas, pescoço, tronco. etc...
http://www.webciencia.com/11_29snp.jpg |
Bem, e o sistema nervoso periférico é esse aqui ao lado.
Os feixezinhos em amarelo saindo da medula são os nervos. Eles saem da medula na forma de raízes, formam plexos que originam nervos, que vão os músculos, glândulas, etc...
E há vários tipos de nervos. Nervos motores puros, que só servem para fazer um músculo se mexer, nervos sensitivos puros, que só servem para transmitir a sensibilidade ao cérebro vinda da periferia (dor, tato, posição do corpo no espaço, etc...), e nervos mistos, que funcionam com as duas funções (são os mais comuns) e que ainda carregam nervos que fazem agir uma glândula, ajudam a fazer funcionar o coração, os intestinos, a bexiga, etc... (nervos autonômicos). Mais ainda, há uma capa chamada de mielina que encobre alguns nervos, ditos mielinizados (os mais grossos, e que transmitem informação a grandes velocidades, diferente dos sem essa capa, chamados de não mielinizados, de condução mais lenta, e de informação menos precisa). E olha um nervo aí:
|
Os axônios são o corpo do nervo. O gânglio é onde ficam as cabeças, os neurônios, de onde saem os axônios. E eles estão separados uns dos outros e protegidos pela mielina, que ajuda na condução rápida do nervo.
Pois bem, quando ocorre uma inflamação, e esta inflamação atinge as raízes e os nervos (esses aí de cima), levando a fraqueza nos quatro membros (o que chamamos de tetraparesia), perda de reflexos (reflexos são aquelas reações engraçadas que temos quando o neurologista bate com o martelo na nossa perna ou no nosso braço, e o braço ou a perna mexem sós, sabe?), formigamentos nas pernas ou nos braços, chamamos de polirradiculoneuropatia aguda, ou SGB.
E essa doença tem cura? Sim! Tem, para os que acham que neurologia cuida somente de doenças sem cura, essa tem! E não é difícil. A doença é rápida, e o tratamento também tem de ser. Então, caso você ou alguém conhecido apresente estes sintomas de fraqueza nos quatro membros (a fraqueza geralmente começa nas pernas e vai subindo para os braços, e mais raramente para o rosto), formigamentos sem perda de sensibilidade (há só a dormência, mas a sensibilidade à dor ou ao tato estão ok), ou fraqueza no rosto, deve ir imediatamente a um pronto-socorro, pois pode ser SGB (mas podem ser outras coisas também, e só o médico saberá dizer o que é).
O tratamento é feito à base de uma medicação chamada de imunoglobulina humana (anticorpos humanos) ou uma forma de diálise chamada de plasmaférese. Geralmente a doença para de evoluir em 2 a 4 semanas, e regride em semanas. Casos raros ocorrem em que a doença não para de progredir, ou re-aparece. A estes casos, raros, chamamos de polirradiculoneuropatia inflamatória crônica. Falaremos dela em outros tópicos.
Quais as possíveis consequências do diabetes no sistema nervoso?
O diabetes é uma doença conhecida por todos, e envolve, na sua forma mais comum, o tipo 2, aumento da glicose no sangue por conta da incapacidade das células do corpo de absorver e manusear a glicose (intolerância a glicose). Sua causa mais comum é a obesidade central (a famosa barriga).
O diabetes tem várias consequências ao corpo, e as neurológicas são bastante devastadoras.
Entre elas, podemos citar:
1. Derrame - O diabetes é uma das causas mais comuns de derrames juntamente com a pressão alta.
2. Neuropatia periférica - Se você é diabético, já deve ter sentido aquelas sensações de formigamento, choques, dores como alfinetadas ou queimação nas pernas e pés - pois é, esses são sintomas do acometimento dos nervos das pernas pelo diabetes, cuja tendência, caso a diabetes não seja controlada, é a piora progressiva.
3. Epilepsia - Sim, e vou explicar como. Diabetes leva a derrames, e derrames podem levar a crises convulsivas, e por conseguinte, epilepsia.
4. Perda visual - O diabetes tanto pode causar perda de visão por doença da retina, como por um coágulo que se desprende dos vasos do pescoço e vai para os olhos (embolia), o mesmo mecanismo que leva aos derrames.
5. Desmaios - O diabetes pode levar a doença da carótida, o vaso do pescoço e um dos que vão para a cabeça, e placas neste vaso podem levar a dificuldade de o corpo reconhecer quando a pessa está de pé ou deitada (o corpo faz isso também por meio de receptores na carótida, que sente mudanças na pressão sanguínea). Se estes receptores não sentem estas modificações direito por conta de placas, pode haver desmaio quando deitado se levanta rápido, por que a pressão não consegue aumentar a tempo. Este é um dos mecanismos de desmaio (síncope) em idosos e diabéticos.
Voltaremos a falar de diabetes depois.
O diabetes tem várias consequências ao corpo, e as neurológicas são bastante devastadoras.
Entre elas, podemos citar:
1. Derrame - O diabetes é uma das causas mais comuns de derrames juntamente com a pressão alta.
2. Neuropatia periférica - Se você é diabético, já deve ter sentido aquelas sensações de formigamento, choques, dores como alfinetadas ou queimação nas pernas e pés - pois é, esses são sintomas do acometimento dos nervos das pernas pelo diabetes, cuja tendência, caso a diabetes não seja controlada, é a piora progressiva.
3. Epilepsia - Sim, e vou explicar como. Diabetes leva a derrames, e derrames podem levar a crises convulsivas, e por conseguinte, epilepsia.
4. Perda visual - O diabetes tanto pode causar perda de visão por doença da retina, como por um coágulo que se desprende dos vasos do pescoço e vai para os olhos (embolia), o mesmo mecanismo que leva aos derrames.
5. Desmaios - O diabetes pode levar a doença da carótida, o vaso do pescoço e um dos que vão para a cabeça, e placas neste vaso podem levar a dificuldade de o corpo reconhecer quando a pessa está de pé ou deitada (o corpo faz isso também por meio de receptores na carótida, que sente mudanças na pressão sanguínea). Se estes receptores não sentem estas modificações direito por conta de placas, pode haver desmaio quando deitado se levanta rápido, por que a pressão não consegue aumentar a tempo. Este é um dos mecanismos de desmaio (síncope) em idosos e diabéticos.
Voltaremos a falar de diabetes depois.
segunda-feira, abril 18, 2011
Neuropatias periféricas
O sistema nervoso é composto basicamente de duas partes, o sistema nervoso central, composto de cérebro, tronco cerebral e medula espinhal, e o periférico, composto dos nervos periféricos que saem da medula e músculos.
Neuropatias periféricas são as doenças que acometem justamente as ramificações da medula que ligam a medula e o cérebro às estruturas do corpo, os nervos. Várias são as causas de neuropatias, e vários são os tipos. Mas quais são os sintomas, o que eu posso sentir caso venha a ter uma neuropatia?
1. Geralmente os sintomas são lentos, ou seja, se desenvolvem em semanas a meses. Algumas formas se desenvolvem em horas a dias, como as polirradiculoneuropatias, que acometem a parte mais próxima à medula (as raízes dos nervos) e os nervos, como a síndrome de Guillain-Barré, que dá uma paralisia que sobe das pernas para os braços, em horas a dias.
2. Fraquezas em braços e pernas, ou em mãos e pés, com atrofia (perda da massa muscular) ou diminuição do tônus (membros ficam mais moles).
3. Dormências, formigamentos em localizações específicas do corpo, como territórios de nervos (por acaso, você já dormiu sobre o braço e acordou com a parte de dentro do braço dormindo? Ou acordou à noite e a mão toda estava dormindo? Ou saiu de uma posição sentada, em que você estava cruzando uma perna sobre a outra, e uma parte do dorso do pé parecia dormindo? Ou fraco? Pois é, você produziu uma neuropatia periférica transitória por compressão, as forma mais comuns de neuropatia)
Toda vez que você sentir algo igual que não melhorar em horas (não espere muito), vá imediatamente ao hospital. Pode ser uma neuropatia, e como disse antes, há várias causas.
Neuropatias periféricas são as doenças que acometem justamente as ramificações da medula que ligam a medula e o cérebro às estruturas do corpo, os nervos. Várias são as causas de neuropatias, e vários são os tipos. Mas quais são os sintomas, o que eu posso sentir caso venha a ter uma neuropatia?
1. Geralmente os sintomas são lentos, ou seja, se desenvolvem em semanas a meses. Algumas formas se desenvolvem em horas a dias, como as polirradiculoneuropatias, que acometem a parte mais próxima à medula (as raízes dos nervos) e os nervos, como a síndrome de Guillain-Barré, que dá uma paralisia que sobe das pernas para os braços, em horas a dias.
2. Fraquezas em braços e pernas, ou em mãos e pés, com atrofia (perda da massa muscular) ou diminuição do tônus (membros ficam mais moles).
3. Dormências, formigamentos em localizações específicas do corpo, como territórios de nervos (por acaso, você já dormiu sobre o braço e acordou com a parte de dentro do braço dormindo? Ou acordou à noite e a mão toda estava dormindo? Ou saiu de uma posição sentada, em que você estava cruzando uma perna sobre a outra, e uma parte do dorso do pé parecia dormindo? Ou fraco? Pois é, você produziu uma neuropatia periférica transitória por compressão, as forma mais comuns de neuropatia)
Toda vez que você sentir algo igual que não melhorar em horas (não espere muito), vá imediatamente ao hospital. Pode ser uma neuropatia, e como disse antes, há várias causas.
sábado, abril 09, 2011
Perda visual súbita
Esse assunto compete mais ao oftalmologista, mas nós, neurologistas, não raro atendemos pacientes com perda súbita de visão.
A perda visual é dramática, pois acomete um dos sentidos mais importantes do corpo, justamente a visão. Fora isso, são várias as causas, muitas tratáveis e mesmo curáveis, sendo que o reconhecimento precoce da causa auxilia em evitar a cegueira em muitas situações.
Entre as causas oftalmológicas, as mais importantes são o glaucoma (pressão ocular aumentada), o descolamento de retina (mais comum pós-trauma e em diabéticos) e a catarata (que se desenvolve mais devagar que as outras causas), mas doenças da córnea, e da parte de trás do olho (uveíte) também ocorrem.
Entre as causas neurológicas, citam-se:
1. A isquemia retiniana, ou AVC retiniano, causado por deslocamento de um coágulo de um vaso do pescoço (carótida) para o olho, e é o equivalente ocular do derrame cerebral. Causa perda súbita e indolor da visão.
2. A NOIA (Neuropatia óptica isquêmica anterior), que causa perda visual súbita e indolor, também, e geralmente se manifesta como perda visual como uma cortina descendo ou subindo nos olhos, podendo haver perda transitória da visão com mudanças de postura da cabeça ou do corpo. Ocorre mais em pacientes idosos.
3. A neurite óptica, pode dar uma perda visual súbita ou progressiva dolorosa, geralmete de um olho só, mas raramente pode acometer os dois olhos, e é mais comum em pacientes jovens
4. Derrames da parte de trás do cérebro dão perda de visão indolor, súbita, mas que pode passar despercebida, ao menos que haja outros sintomas, como confusão mental, perda de força ou formigamentos.
5. Aneurismas cerebrais podem levar a perda de visão gradual devido a compressão do nervo que sai do olho (nervo óptico).
6. Déficit de vitaminas pode levar a perda visual indolor gradual também. Quem fez cirurgia bariátrica (de redução do peso) deve verificar como estão seus níveis de vitaminas e de cobre no sangue periodicamente com o médico que os operou, para evitar complicações neurológicas da falta de vitaminas.
Há várias causas para perda visual. Se esta ocorre, deve ser investigada imediatamente, para poder-se tratar, e mesmo curar o problema.
A perda visual é dramática, pois acomete um dos sentidos mais importantes do corpo, justamente a visão. Fora isso, são várias as causas, muitas tratáveis e mesmo curáveis, sendo que o reconhecimento precoce da causa auxilia em evitar a cegueira em muitas situações.
Entre as causas oftalmológicas, as mais importantes são o glaucoma (pressão ocular aumentada), o descolamento de retina (mais comum pós-trauma e em diabéticos) e a catarata (que se desenvolve mais devagar que as outras causas), mas doenças da córnea, e da parte de trás do olho (uveíte) também ocorrem.
Entre as causas neurológicas, citam-se:
1. A isquemia retiniana, ou AVC retiniano, causado por deslocamento de um coágulo de um vaso do pescoço (carótida) para o olho, e é o equivalente ocular do derrame cerebral. Causa perda súbita e indolor da visão.
2. A NOIA (Neuropatia óptica isquêmica anterior), que causa perda visual súbita e indolor, também, e geralmente se manifesta como perda visual como uma cortina descendo ou subindo nos olhos, podendo haver perda transitória da visão com mudanças de postura da cabeça ou do corpo. Ocorre mais em pacientes idosos.
3. A neurite óptica, pode dar uma perda visual súbita ou progressiva dolorosa, geralmete de um olho só, mas raramente pode acometer os dois olhos, e é mais comum em pacientes jovens
4. Derrames da parte de trás do cérebro dão perda de visão indolor, súbita, mas que pode passar despercebida, ao menos que haja outros sintomas, como confusão mental, perda de força ou formigamentos.
5. Aneurismas cerebrais podem levar a perda de visão gradual devido a compressão do nervo que sai do olho (nervo óptico).
6. Déficit de vitaminas pode levar a perda visual indolor gradual também. Quem fez cirurgia bariátrica (de redução do peso) deve verificar como estão seus níveis de vitaminas e de cobre no sangue periodicamente com o médico que os operou, para evitar complicações neurológicas da falta de vitaminas.
Há várias causas para perda visual. Se esta ocorre, deve ser investigada imediatamente, para poder-se tratar, e mesmo curar o problema.
quarta-feira, abril 06, 2011
Tremores
Tremores são movimentos de oscilação, ou seja, um membro, o pescoço, a mandíbula, ou outra parte do corpo, oscila de forma alternada (como nos braços, onde o tremor pode girar de um lado para outro).
Quando se pensa em tremor, sempre vem à cabeça doença de Parkinson, não é mesmo? Mas na verdade, esta doença é só uma das várias causas de tremor. De fato, o tremor mais comum é uma forma geralmente hereditária (o que significa que deve haver mais pessoas da sua família afetadas, ou você terá pessoas afetadas, como filhos ou sobrinhos) denominada de tremor essencial. É um tremor que aparece geralmente na adolescência ou no começo da vida adulta, dos dois lados, geralmente mais nos braços, pode acometer a cabeça, não é perigoso, e de fato a progressão é lenta e benigna. Piora quando se segura algo, ao se escrever, quando sob estresse, e melhor, entre outras coisas, quando se está em repouso ou quando dormindo.
O tremor da doença de Parkinson geralmente é de repouso, ou seja, aparece quando o membro (geralmente o braço, mas pode ser a perna também) fica sem mexer, como quando se está sentado, ou andando. O tremor é mais grosseiro, menos frequente que o essencial, começa mais de um lado e acaba indo para o outro em meses a anos.
Outras formas de tremor podem existir. Quando você está segurando algo pesado com um braço só numa posição incômoda, seu braço pode tremer. Quando se está com frio, você treme também, mas o corpo todo. O tremor pode aparecer quando sob estresse ou ansiedade, quando se toma muito café ou guaraná, sob efeito do álcool, ou em doenças sistêmicas como o hipertireoidismo (quando a tireóide fica muito ativa).
Se você tem algum tipo de tremor, vá ao neurologista e discuta as possíveis causas com ele.
Quando se pensa em tremor, sempre vem à cabeça doença de Parkinson, não é mesmo? Mas na verdade, esta doença é só uma das várias causas de tremor. De fato, o tremor mais comum é uma forma geralmente hereditária (o que significa que deve haver mais pessoas da sua família afetadas, ou você terá pessoas afetadas, como filhos ou sobrinhos) denominada de tremor essencial. É um tremor que aparece geralmente na adolescência ou no começo da vida adulta, dos dois lados, geralmente mais nos braços, pode acometer a cabeça, não é perigoso, e de fato a progressão é lenta e benigna. Piora quando se segura algo, ao se escrever, quando sob estresse, e melhor, entre outras coisas, quando se está em repouso ou quando dormindo.
O tremor da doença de Parkinson geralmente é de repouso, ou seja, aparece quando o membro (geralmente o braço, mas pode ser a perna também) fica sem mexer, como quando se está sentado, ou andando. O tremor é mais grosseiro, menos frequente que o essencial, começa mais de um lado e acaba indo para o outro em meses a anos.
Outras formas de tremor podem existir. Quando você está segurando algo pesado com um braço só numa posição incômoda, seu braço pode tremer. Quando se está com frio, você treme também, mas o corpo todo. O tremor pode aparecer quando sob estresse ou ansiedade, quando se toma muito café ou guaraná, sob efeito do álcool, ou em doenças sistêmicas como o hipertireoidismo (quando a tireóide fica muito ativa).
Se você tem algum tipo de tremor, vá ao neurologista e discuta as possíveis causas com ele.
sábado, abril 02, 2011
Esclerose múltipla
Esclerose múltipla (EM) é uma doença descrita há mais de 100 anos, e ainda hoje é um mistério. Geralmente começa de forma súbita, com perda de força em algum dos membros, ou perda de força nas pernas, ou dificuldade para falar, ou perda visual, ou perda de sensibilidade em algum membro. Costuma acometer mais pessoas jovens, apesar de pessoas mais velhas e mesmo crianças raramente poderem ser afetadas. É mais comum em mulheres.
Sua definição é de uma doença auto-imune, ou seja, o sistema imunológico da pessoa ataca as células e terminações nervosas do cérebro e da medula espinhal.Os neurônios ficam sem comunicação uns com os outros, ou com lentificação da mesma. Ao longo de anos, pode ocorrer morte de células cerebrais.
A doença geralmente evolui em surtos, na forma chamada de remitente-recorrente (RR). Há surtos de perda de força ou algum outro déficit, que devem ser tratados de forma urgente para evitar ao máximo possível sequelas. Estes surtos geralmente duram mais de 24 horas, e levam a sintomas e sinais visíveis ao exame neurológico.
Em pacientes já com o diagnóstico, ocasionalmente quando sob estresse físico, calor ou banho quente, pode haver piora do quadro que geralmente é reversível - não é surto, e é chamado de fenômeno de Uthoff. Se, no entanto, a piora demorar, deve ser avaliada o mais urgente possível.
Estes surtos podem se somar, e levar a um quadro mais generalizado ao longo de vários anos (podendo ser décadas).
O diagnóstico deve ser feito por neurologista, com ressonância magnética de crânio e exame do líquido da espinha (líquor).
Falaremos mais em próximos artigos.
Sua definição é de uma doença auto-imune, ou seja, o sistema imunológico da pessoa ataca as células e terminações nervosas do cérebro e da medula espinhal.Os neurônios ficam sem comunicação uns com os outros, ou com lentificação da mesma. Ao longo de anos, pode ocorrer morte de células cerebrais.
A doença geralmente evolui em surtos, na forma chamada de remitente-recorrente (RR). Há surtos de perda de força ou algum outro déficit, que devem ser tratados de forma urgente para evitar ao máximo possível sequelas. Estes surtos geralmente duram mais de 24 horas, e levam a sintomas e sinais visíveis ao exame neurológico.
Em pacientes já com o diagnóstico, ocasionalmente quando sob estresse físico, calor ou banho quente, pode haver piora do quadro que geralmente é reversível - não é surto, e é chamado de fenômeno de Uthoff. Se, no entanto, a piora demorar, deve ser avaliada o mais urgente possível.
Estes surtos podem se somar, e levar a um quadro mais generalizado ao longo de vários anos (podendo ser décadas).
O diagnóstico deve ser feito por neurologista, com ressonância magnética de crânio e exame do líquido da espinha (líquor).
Falaremos mais em próximos artigos.
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