Insônia é uma síndrome, sendo causada por várias condições. Define-se a insônia não somente como a incapacidade de dormir, mas também o sono entrecortado, mal dormido ou não reparador. Em qualquer situação, a insônia causa prejuízos que ultrapassam os danos econômicos e laborais, mas causa também sérios problemas na saúde como um todo, podendo mesmo levar a depressão e ansiedade.
Sendo uma síndrome, não há um tratamento padrão para todos os pacientes com insônia, e a forma de tratar depende da causa, seja ela psíquica (depressão, psicopatias, transtornos de ansiedade), tabagismo, estresse, doenças clínicas, estado confusional agudo, ou mesmo a insônia primária, sem causa definida.
Neste sentido, acaba de sair um estudo publicado hoje na mais famosa revista de neurologia do mundo, a Neurology, sobre uma nova medicação para tratamento da insônia. O site encontra-se aqui para os interessados em ler o original, e que sabem inglês.
O nome da nova droga é suvorexant (isso mesmo!), um bloqueador de um grupo de substâncias produzidas no hipotálamo chamadas de orexinas, ou hipocretinas, que regulam a vigília e a saciedade. Em tempo, é a diminuição na produção de orexina por lesão provavelmente imune-mediada (autoimune) que leva à rara doença chamada narcolepsia, onde há um excesso anormal de sono com alterações de tônus muscular.
O uso desta droga aumentou o tempo em que pessoas passaram dormindo durante a noite, de acordo com o estudo que envolveu 254 pessoas de 18 a 64 anos de idade em boa forma física e mental, mas que possuíam insônia primária, ou seja, sem causa definida.
O estudo durou 8 semanas, e foi controlado com placebo (a necessidade de um placebo nestes estudos deve-se à necessidade de comparar a droga em estudo a uma substância inócua, sem efeito, o placebo [placebo não é uma substância específica, mas qualquer medida ou substância sem efeito clínico], que geralmente é administrado em comprimidos iguais aos da medicação em estudo para que nem o participante nem o pesquisador saibam quem está tomando o quê - ou seja, o que se chama de estudo duplo-cego - isso aumenta o poder estatístico do estudo, e é uma exigência para estudos deste porte no mundo todo).
Os autores sugerem que este estudo pode demonstrar que esta droga pode ajudar pacientes com insônia. Dizem os autores que não houve efeitos colaterais significativos, o que é uma boa notícia.
Mais estudos estão sendo conduzidos para conhecer todo o perfil da droga e os pacientes mais adequados a fazer uso dela, e ainda não há previsão de chegada no mercado brasileiro.
Bem, pelo menos mais uma boa notícia para quem sofre de insônia. Agora, é esperar para ver.