Todo mundo que ouve falar em doença de Parkinson (DP) já pensa em uma pessoa tremendo e tremendo. Mas não é tão simples assim. Mais que o tremor, a DP se caracteriza por lentidão (bradicinesia) e endurecimento das articulações (rigidez), e o tremor na maior parte é ocasional. Tremor severo, incapacitante e constante ocorre em menos da metade dos pacientes.
O tremor da DP é do tipo de repouso, ou seja, ocorre quando o membro está de repouso ao longo do corpo ou sobre alguma superfície. É um tremor grosseiro, bem visível, como se o paciente estivesse balançando a máo para um lado e para o outro, ou classicamente como se o paciente estivesse contando moedas. Mas o tremor postural, aquele que se manifesta quando os braços ou pernas estão estendidos, pode ocorrer também, mas é mais leve e infrequente.
O tremor, como os outros sinais da DP, ocorre primeiro de um lado do corpo, e acaba por se manifestar do outro lado em questão de meses a anos. Geralmente o tremor é ocasional, como já falamos, e ocorre quando o paciente mantém o membro afetado em uma posição diferente, ou quando o paciente faz alguma atividade com o outro membro, como por exemplo, manter o braço acometido ao longo do corpo enquanto faz movimentos repetidos com a outra mão. Neste caso, o tremor aparece em toda a sua magnitude.
O tremor pode acometer braços e pernas, e pode ocorrer também em queixo e língua. Raramente o tremor acomete o pescoço na DP.
O tremor é um dos sintomas motores que menos responde as medicações, e tem que se ter cuidado com certas medicações, como os anticolinérgicos (biperideno e trihexifenidil), pois apesar de serem eficazes contra o tremor, em pacientes idosos podem piorar sintomas de próstata (em homens), podem dar boca seca, agitação noturna, alucinações, confusão mental, constipação intestinal, problemas respiratórios por excesso de secreção brônquica e taquicardia.
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Comente na minha página do Facebook - Dr Flávio Sekeff Sallem,
Médico Neurologista