Boa tarde. Estou de volta com algumas notícias.
Mas antes de iniciarmos, quero fazer algumas considerações:
A MDS (Movement Disorders Society) é a entidade internacional que estuda os chamados transtornos ou desordens de movimento, doenças cujas características são a ausência/diminuição ou o excesso de movimentos (involuntários, ou seja, que não obecedem ao comando do corpo). As doenças estudadas são, entre todas, a doença de Parkinson, as coreias, como a doença de Huntington e a coreia de Sydenham, as distonias, as ataxias, como as ataxias espinocerebelares e a doença de Machado-Joseph, os tremores, como o tremor essencial, os balismos, os tiques, como a síndrome de Gilles de La Tourette, e outras doenças.
Este congresso englobou todas estas doenças, mas a doença que chama mais a atenção sempre é a doença de Parkinson, que é a doença neste grupo da qual se tem mais informações.
Muito bem, e há novidades? Sim, há!
Há estudos atualmente pesquisando maneiras de se diagnosticar a doença de Parkinson antes dela começar (isso mesmo, você sabia que a doença pdoe se manifestar anos antes de ela aparacer como tremor e lentidão?), nas fases ditas pré-sintomática e pré-motora.
Para os sintomas não motores da doença de Parkinson (Hã?), há uma nova medicação ainda em estudo, mas que parece ser promissora, a safinamida. Mas como disse, ainda está em fase de estudo, e não está disponível ainda.
Sintomas não motores da doença de Parkinson? Sim, pois esta doença pode vir com vários sintomas como perda de olfato (nem toda perda de olfato é doença de Parkinson, já que a maior parte é devido a doença do nariz ou traumas cranianos), constipação intestinal, depressão, fadiga, apatia, ansiedade, alterações autonômicas (veremos estes sintomas em outro artigo).
As ataxias hereditárias, como a ataxia de Friedreich e as ataxias espinocerebelares ainda não têm tratamento definido, apesar de uma medicação chamada de idebenona, já em uso há alguns anos, poder apresentar algum resultado. Mas o tratamento das ataxias deve se basear em fisioterapia e terapia ocupacional, no intuito de melhorar a coordenação e manter o paciente independente por mais tempo.
Vários estudos estão indo mais fundo na parte genética e molecular de várias doenças, especialmente a doença de Parkinson, e novas vias de lesão celular, novas mutações genéticas, e se Deus permitir, possibilidades terapêuticas irão acabar surgindo no futuro (sabe-se lá quando, mas irão).
As alterações cognitivas da doença de Parkinson, especialmente a demência, já está mais bem estudada, assim como sintomas psiquiátricos da doença. Vários estudos englobam estas observações.
Bem, acredito que isso é o de mais relevante para o público leigo. Não assisti o congresso todo, pois são várias salas onde estão ocorrendo várias plenárias sobre assuntos completamente diferentes, e ao mesmo tempo. Cada dia, tinha que escolher uma aula para assistir. Fui às mais interessantes para mim, e aproveitei bem. Vejamos o que o futuro nos reserva.
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Comente na minha página do Facebook - Dr Flávio Sekeff Sallem,
Médico Neurologista