Notícia tirada deste site da Academia Americana de Neurologia (AAN) e traduzida livremente
O uso de uma nova droga para detectar as placas de beta-amilóide (a substância que se acumula de forma anormal e extensa no cérebro de pacientes com doença de Alzheimer, e que são a marca patológica da doença) pode auxiliar os médicos a diagnosticar a doença mais cedo.
Atualmente, a doença só pode ser diagnosticada com certeza através da detecção de placas de amilóide e/ou agregados neurofibrilares (agregados de amilóide e uma proteína mal-formada, a proteína tau, nos neurônios e seus prolongamentos) durante autópsia após a morte do paciente ou após biópsia cerebral. O novo método utiliza a droga florbetaben como traçador (marcador) durante um exame chamado de PET (Positron Emission Tomography) do cérebro para visualizar as placas de amilóide em vida.
A fim de provar que o método detecta amilóide cerebral, um estudo global em fase III comparou diretamente regiões cerebrais a regiões semelhantes de pacientes autopsiados. Mais de 200 participantes moribundos (incluindo tanto pacientes com doença de Alzheimer como pacientes sem demência conhecida, isto é, controles), e que desejaram doar seus cérebros para estudo, submeteram-se a um exame de ressonância magnética do crânio e ao método novo com floerbetaben. A quantidade de placas vista nos 31 participantes que foram para a autópsia (morreram) foi então comparada aos resultados do exame de PET. Um total de 186 regiões cerebrais foram analisadas, juntamente com 60 regiões cerebrais de indivíduos saudáveis.
O estudo demonstrou que a nova droga localiza o beta-amilóide com uma sensibilidade de 77% e uma especificidade de 94% (ou seja, 77% dos que realmente tinham a doença foram diagnosticados de forma correta, e 94% dos que não tinham a doença foram considerados pelo teste como realmente negativos).
Em análise posterior comparando-se o método de avaliação visual proposto para a nova droga na prática clínica e o diagnóstico pós-morte revelou uma sensibilidade de 100% e uma especificidade de 92% (use o que eu demonstrei acima, e faça as contas).
Este é um método fácil e não invasivo para auxiliar na detecção da doença de Alzheimer de forma precoce. Esse é um passo crucial para um futuro tratamento neuroprotetor (proteger contra a doença), e mesmo neurorestaurador (restaurar o que foi danificado).
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Comente na minha página do Facebook - Dr Flávio Sekeff Sallem,
Médico Neurologista