Antes de continuar este post, leia este sobre anatomia que o ajudará a entender melhor a síndrome em questão - link.
Síndrome da cauda equina é uma condição onde há lesão ou inflamação das raízes e nervos que saem da parte mais baixa da medula e que formam a estrutura chamada de cauda equina. Várias são as causas de síndrome da cauda equina, e algumas estão listadas abaixo:
1. Hénias discais lombares (causam cerca de 2 a 6% das síndromes de cauda equina nos EUA)
2. Estenose de cana lombar - Estenose é o mesmo que estreitamento, e o canal lombar é por onde passam as raízes e nervos da cauda equina. O estreitamento deste canal, por tumores, hérnias discais e processos inflamatórios como artroses, podem levar à síndrome da cauda equina
3. Traumatismo espinhal, como após um acidente de carro, um ferimento por arma de fogo
4. Tumores primários dos nervos, meninges e medula, como os meningeomas, astrocitomas e neurofibromas
5. Metástases de tumores em outros locais do corpo (tumores secundários ) - leia mais aqui
6. Infecções, como virais (especialmente pelo vírus do herpes ou o citomegalovírus), tuberculose (sim, há tuberculose fora do pulmão), meningites, sífilis, esquistossomose (a doença chamada pelos antigos de barriga d'água)
7. Hemorragias espinhais, hematomas espinhais e subdurais/epidurais
8. Esclerose múltipla
9. Sarcoidose (poderemos falar desta doença em posts mais à frente)
10. Casos pós-cirúrgicos ou pós-manipulação da espinha
Os sintomas apresentam-se de forma gradual, com exceção de causas traumáticas que costumam ser agudas.
Os pacientes queixam-se de:
a. Fraqueza nas pernas, que pode ser assimétrica, ou seja, pegar mais uma perna que outra, ou ser mais alta em uma perna e mais baixa em outra;
b. Dormência nas pernas semelhante à fraqueza e também dormência na área perineal;
3. Reflexos tendinosos (aqueles estudados com o martelinho) costumam estar diminuídos;
4. Dor tipo radicular, ou em choque que se espalha pela perna, além de dor lombar - podem ser as queixas mais importantes dos pacientes; alguns pacientes podem ter dor semelhante à dor ciática, de um lado ou dos dois lados;
5. Alguns pacientes podem ter dificuldade para esvaziar a bexiga ou constipação intestinal.
Os exames de diagnóstico, além é claro do exame neurológico, ajudam no diagnóstico tanto da síndrome como de sua causa. Podemos usar, a critério do neurologista/neurocirurgião que avalia o paciente, a tomografia de coluna lombar, a ressonância de coluna lombar, ou mesmo a mielografia, onde há injeção de contraste no espaço liquórico por onde correm os nervos da cauda equina e logo após a realização de radiografias para avaliar as raízes.
Outros exames de diagnóstico ficam na dependência da provável causa e do médico que acompanha o paciente.
Quanto ao tratamento, depende da causa, e somente o médico que avalia o paciente pode determinar isso.
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Comente na minha página do Facebook - Dr Flávio Sekeff Sallem,
Médico Neurologista