Várias são as doenças que afetam a fala, e quando ocorre alteração da
fala, ou articulação das palavras, em uma doença, dá-se o nome de disartria. A disartria é um problema motor, relacionado à doenças que afetam direta
ou indiretamente os órgãos e estruturas da boca (entre elas a língua e os
dentes), da faringe e da laringe, além de várias outras estruturas que auxiliam
no ato de falar.
O paciente com doença de Parkinson (DP) tem dificuldades à fala desde o início da doença. Na
verdade, um dos primeiros sinais da doença é a fala monótona, arrastada, sem a
musicalidade tão típica da fala espontânea. Os fonemas saem da mesma forma, sem
melodia, sem altos e baixos.
À medida que a doença vai avançando, entretanto, outras alterações vão se
somando às características já presentes. O paciente pode começar a falar mais
baixo, o que dificulta o entendimento por parte de seus familiares, e que pode
piorar com o avançar da doença. A fala que antes era compassada e ritmada torna-se trôpega, e o paciente
pode, em um estado mais moderado da doença, começar a “engolir” sílabas ou
palavras inteiras, e a apresentar o que chamamos de festinação da fala.
Lembra quando falamos de festinação à marcha em posts anteriores (leia sobre isso aqui), um fenômeno que ocorre
quando o paciente, ao andar, joga seu centro de gravidade para a frente, e
começa a correr até cair ao chão, caso não amparado? Pois é, na fala pode
ocorrer um fenômeno parecido, pelo menos no nome. À medida que o paciente vai
falando, as palavras vão somando-se umas às outras, uma sílaba vai juntando-se
à outra, uma palavra sai em cima de outras, e o produto é uma fala
ininteligível, cheia de sons que parecem misturas de outros sons, e sem sentido
algum.
Mas, há tratamento para isso? Não serei mais entendido
pelos meus entes queridos? Calma, há tratamento para estas alterações, não medicamentoso,
mas fonoaudiológico, através de reabilitação. O tratamento através de técnicas de reabilitação fonoaudiológica pode melhorar em muito as características da fala na doença, e promover mais bem-estar do paciente. Falaremos sobre isso em tópico a parte.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comente na minha página do Facebook - Dr Flávio Sekeff Sallem,
Médico Neurologista