Especialista em Nutrição e Exercício Físico, Membro do Grupo de Pesquisa em Neuropsicofarmacologia - UFC, e gentilmente cedido pela mesma para publicação no Blog.
A doença de Parkinson (DP) é uma doença degenerativa e
progressiva do sistema nervoso central (SNC) que se caracteriza pela morte
neuronal da substância negra, com consequente diminuição da dopamina, levando a
alterações motoras típicas: tremor, rigidez e bradicinesia (lentidão dos
movimentos).
A fisioterapia tem um importante papel na reabilitação
dos pacientes com DP. Seu objetivo é melhorar a mobilidade, a força muscular, o
equilíbrio e a aptidão física, proporcionando uma melhora da qualidade de vida.
O tratamento consiste de exercícios motores, treinamento
de marcha (ou seja, o ato de andar), das atividades diárias e exercícios respiratórios. Outra meta é
educar o paciente e a família sobre os benefícios da terapia por exercícios.
Técnicas como a Facilitação Neuromuscular Propioceptiva
(FNP), que utiliza movimentos rítmicos que simulam movimentos funcionais, buscam reduzir os efeitos debilitantes da bradicinesia, o aumento da amplitude de
movimento e da mobilidade. A utilização da FNP no tratamento de pacientes com
DP promove uma melhora da postura do paciente, evitando o desenvolvimento do
padrão flexor característico da evolução da doença.
Os problemas de equilíbrio podem ser tratados com a
reabilitação vestibular (RV), que é um recurso terapêutico que envolve
estimulações visuais proprioceptivas (estimulação das vias sensitivas que saem dos músculos e juntas e os ligam ao cérebro - por conta da propriocepção, você consegue saber onde seu corpo e seus membros se encontram no espaço sem olhar para elas) e vestibulares (ou seja, ligados ao labirinto), com a finalidade de manter
o equilíbrio corporal. Os problemas de controle postural e equilíbrio têm
impacto direto na marcha e na segurança do paciente. Por esse motivo, o
treinamento da marcha é um dos principais objetivos da reabilitação na DP.
Com a evolução da doença ocorre uma deterioração da
condição física caracterizada pela pobreza dos movimentos e assim uma
diminuição das atividades diárias. Exercícios aeróbicos como caminhada ou
esteira ergométrica e exercícios de fortalecimento muscular melhoram o
desempenho funcional e a qualidade de vida de pacientes com DP.
Um programa de tratamento fisioterápico, incluindo
exercícios com a bola suíça, promove alongamento da musculatura, melhora da
estabilidade postural e mobilidade dos tecidos moles.
A rigidez muscular característica da DP promove uma
diminuição da amplitude torácica, fazendo surgir problemas respiratórios que
são vinculados à morbidade e à mortalidade desses pacientes. Dessa forma, exercícios
respiratórios irão melhorar a função respiratória desses pacientes.
Diversos estudos têm mostrado que a fisioterapia é o
treinamento funcional mais adequado para a melhora das dificuldades motoras dos
pacientes com Parkinson.
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Comente na minha página do Facebook - Dr Flávio Sekeff Sallem,
Médico Neurologista