Notícia tirada do site Huffington Post no FlipBoard, e traduzida livremente para o Blog Neuroinformação.
Pesquisa revela como e onde a imaginação ocorre no cérebro
Nosso entendimento sobre a imaginação, embora a tenhamos diariamente e apesar e seu papel essencial nas grandes descobertas, sobre de onde ela provem e como ela se parece no cérebro é incrivelmente limitado. Mas isso está começando a mudar, pois um novo estudo da Universidade de Dartmouth está fornecerndo algumas respostas. E este estudo será publicado na famosa revista Proceedings of the National Academy os Sciences (link).
Os pesquisadores descobriram que o que chamamos de imaginação, nada mais é do que o produto de uma malha ampla de neurônios (várias, centenas, milhares de conexões neuronais) que consciente altera e manipula imagens, símbolos e ideias, e nos dá foco mental intenso necessário para chegarmos a novas ideias e soluções para problemas complexos.
Os pesquisadores utilizam as técnicas de Albert Einstein, famoso físico, que utilizava sua imaginação como queria, montando, desmontando, girando e observando coisas em sua cabeça através do próprio pensamento. Ou seja, ele possuía a habilidade de representar na sua mente suas ideias, símbolos e imagens e conseguia "brincar" com eles.
Para testemunhar o modus operandi de nossa imaginação, os autores colocaram 15 pessoas em uma máquina de ressonância magnética funcional (que consegue "ver" as áreas cerebrais relacionadas a uma determinada função ou sensação em funcionamento), e solicitaram-nos que visualizassem formas abstratas específicas; depois, solicitaram-lhes que imaginassem a combinação destas formas em figuras complexas. O que ele descobriram é que uma grande área do córtex cerebral e da região abaixo desse córtex, uma malha subcortical, chamada de posto de trabalho mental (mental workspace) localizada através do cérebro produzia a manipulaçãodas imagens.
Esta malha variava de regiões que se responsabilizam pelo processamento visual a áreas relacionadas com a atenção e as funções de abstração, atenção e raciocínio (funções executivas). E estas áreas trabalham juntas para que as manipulações ocorram.
Estes achados podem nos ajudar a entender melhor como a organização do cérebro cria um ambiente que nos permite pensar de forma aberta e criativa.
Ainda, o artigo é a antítese de vários outros estudos sobre a imaginação que olhavam partes diferentes do cérebro de forma isolada, à procura do local onde se assentava a criatividade. Ou seja, não há isolamento de áreas cerebrais quando o assunto é imaginação, e olhar para o cérebro como sendo constituído de duas partes, sendo o hemisfério direito envolvido com a atividade criativa é errado, pois as pesquisas sugerem que o cérebro humano é muito mais vasto e interconectado do que as simples explicações anteriores poderiam prever.
Mas a pergunta que ainda não tem resposta é, o que torna uma pessoa mais criativa que outra? Apesar de debates incessantes a esse respeito, a chance de as pessoas mais criativas fazerem uso desta malha neuronal de forma mais eficiente que outras pessoas, ou mesmo conexões mais intensas e fortes entre estes neurônios, ou uma mistura de explicações, seja a razão disso.
Mais, este estudo é um bom ponto de partida para mais pesquisas que possam nos ajudar a desenhar novas formas de aprendizado, e mesmo avançar potencialmente o campo da inteligência artificial.
Ou seja, mais novidades virão por aí. Sejamos criativos.
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Médico Neurologista