Estas informações não devem ser usadas para automedicação. São simplesmente para informação do paciente leigo. Caso haja dúvidas quanto ao tratamento da doença de Parkinson, ou caso você esteja desenvolvendo sintomas compatíveis com a doença, diagnóstico que somente um neurologista experiente pode fazer, não se automedique, e procure um neurologista o quanto antes.
Sobre a doença de Parkinson (DP), a segunda doença neurodegenerativa mais comum do mundo (perdendo somente para a doença de Alzheimer), há vários tratamentos disponíveis para esta condição.
A DP inicia-se de forma lenta, geralmente como uma fadiga mais intensa para as atividades do dia-a-dia, ou um tremor de repouso que se inicia primeiro de um lado, ou no braço ou na perna, e acaba por se espalhar para o outro lado, ou uma lentidão e/ou rigidez de um lado do corpo que, da mesma forma, acaba por se espalhar para o outro lado ao longo dos meses ou anos.
Aliás, o acometimento de ambos os lados do corpo é algo esperado para a doença, o que deixa o paciente ansioso achando que a doença está evoluindo. Mas se a doença não acometer o outro lado e acabar ficando restrita a um lado só, há risco de estarmos diante de outras doenças que parecem DP mas não o são, e que podem não ter o mesmo tratamento que a DP tem, que aliás é muito bom e mantém a maior parte dos pacientes bem por muitos anos.
Problemas de marcha e de equilíbrio são comuns após vários anos de doença, e por isso mesmo, a prevenção destes sintomas deve começar desde o primeiro diagnóstico, o que é feito com o uso de fisioterapia especializada. Há vários estudos demonstrando benefícios nesta conduta (http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/?term=parkinson+disease+physiotherapy).
Em termos de medicações, há várias delas, e o tratamento da doença, mais do que uma receita de bolo, é uma arte que depende não somente do conhecimento técnico do médico, mas de sua experiência com pacientes portadores desta doença.
A medicação mais usada é, sem dúvida, a levodopa, uma substância que é convertida no cérebro no neurotransmissor mais importante em falta na doença, a dopamina. Há várias formulações de levodopa disponíveis no mercado, e a experiência do médico aliada ao seu conhecimento clínico e científico ditam a melhor conduta.
Outras medicações como os agonistas dopaminérgicos, classe de medicações que agem nos receptores para a dopamina, estimulando-os sem serem verdadeiramente a dopamina, podem ser usados em combinação com a levodopa e outras medicações, mas há indicações precisas pra o seu uso, e há também efeitos colaterais que, se aparecerem, devem ser discutidos imediatemente com o médico que prescreveu a medicação.
Outras medicações como a amatadina e o entacapone podem ser usados como auxílio para sintomas específicos, ou na dependência da indicação pelo médico que assiste o paciente.
A selegilina e a rasagilina são medicações que agem aumentando os níveis de dopamina nas sinapses cerebrais, e pelos seus efeitos colaterais e indicações precisas, devem ser usados somente por indicação médica especializada.
Ou seja, o tratamento da DP não é padronizado, uma receita para todos os pacientes, e depende da idade de início da doença, evolução da mesma, tipo de doença (sim, há vários "tipos" de doença de Parkinson), doenças que o paciente pode já apresentar (as comorbidades), efeitos colaterais potenciais com cada medicação e experiência/conhecimento médico especializado.
E há adjuntos ao tratamento clínico medicamentoso, como a fisioterapia, a terapia com fonoaudiologia e outras técnicas que podem auxiliar o paciente, e seus familiares, a viver com mais qualidade de vida e felicidade.
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Comente na minha página do Facebook - Dr Flávio Sekeff Sallem,
Médico Neurologista