Treinamento musical melhora as habilidades cognitivas e pode auxiliar crianças com TDAH
Notícia tirada do site MNT (leia aqui) e traduzida livremente para o blog Neuroinformação.
Treinamento musical melhora as funções executivas
Inicialmente, o que são as funções executivas? São meios pelos quais o cérebro processa e retem informação, toma decisões, resolve problemas, regular o comportamento e planeja ações, além de mufar foco de atenção e manter atenção em algo de interesse. Ou seja, como fala um grande neuropsicológico russo, as funções executivas são o que nos fazem humanos.
Um estudo da Univesidade de Boston demonstra que as funções executivas são um forte preditor de desempenho acadêmico, mais ainda do que o malfadado QI. Além disso, esse estudo sugere que o treinamento musical pode auxiliar a desenvolver essas habilidades cognitivas.
Para isso, foram estudados em imagem de ressonância magnética funcional (fMRI), que analisa a função de áreas cerebrais durante diversas atividades, 15 crianças entre 9 e 12 anos de idade que tiveram treinamento musical, ou seja, aprenderam a tocar um instrumento por, pelo menos, 2 anos em aulas regulares; foram estudadas também 12 crianças de mesma idade que não tinham aprendizado musical.
Fora isso, os pesquisadores compararam os exames de fMRI de 15 adultos que eram musicistas ativos com os exames de 15 outros adultos que não tocavam nenhum instrumento.
Os participantes, para evitar qualquer erro de análise, eliminaram fatores sociais, como educação formal, status de emprego (dos pais das crianças ou dos adultos) e renda familiar, além do QI.
O estudo revelou que durante testes cognitivos (resolução de problemas), tanto as crianças treinadas em música como os musicistas adultos tiveram melhora em várias áreas das funções executivas em comparação com crianças que nunca tiveram treinamento musical e com os adultos não musicistas. A ativação de áreas relacionadas às funções executivas foi mais intensa nos participantes que tocavam instrumentos musicais.
Ou seja, o treinamento musical, tão ignorado em escolas ao redor do mundo, pode auxiliar a preparar as crianças para um melhor futuro acadêmico e profissional. Inclusive, o treinamento musical pode auxiliar no tratamento de crianças com um conhecido transtorno das funções executivas, o TDAH, e mesmo, como já sabemos, no tratamento de idosos com demências, como a doença de Alzheimer. Mas estudos para determinar se a música pode ser usada como adjunto terapêutico ainda necessitam ser realizados.
Mas há a contrapartida de que a música não seja o estímulo, mas sim que pessoas que tenham melhores funções executivas acabem enveredando por um caminho musical. Mas esta hipótese também precisa ser testada.
No entanto, todos sabemos como uma boa (eu disse boa!) música pode auxiliar transtornos mentais e neurológicos.
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Comente na minha página do Facebook - Dr Flávio Sekeff Sallem,
Médico Neurologista