O consumo leve a moderado de álcool, ou o não consumir álcool, pode estar relacionado a uma diminuição do risco de desenvolver derrame de ambos os tipos (tanto os isquêmicos como os hemorrágicos) (para uma definição de derrames, vá aqui e aqui.
Ao que os estudos indicam, o consumo leve a moderado de álcool, especialmente na forma de vinho tinto, pode aumentar os níveis de HDL (o colesterol dito bom) o mesmo tempo que diminui os níveis do colesterol ruim (LDL) (fonte: Vá aqui), diminuido ou retardando a formação das placas de ateroma nos vasos do cérebro e do coração.
Mas o consumo exagerado de álcool pode levar a algumas consequências danosas:
1. O álcool pode levar a hipertensão arterial, a famosa pressão alta, o que pode causar danos sérios aos vasos, como obstruções vasculares e derrames, além de poder enfraquecer a parede dos vasos dentro do cérebro e dar derrames hemorrágicos;
2. O consumo em excesso de álcool pode levar a insuficiência cardíaca, o que chamamos de miocardiopatia alcóolica. O coração fraco, e mais ainda, com lesões em seus vasos (as coronárias) podendo ocasionar infartos, pode ajudar no aparecimento de arritmias (a mais comum delas sendo a fibrilação atrial, um quadro em que o átrio esquerdo [o local do coração que recebe o sangue vindo dos pulmões e que o manda para os ventriculos para depois ser bombeado para o corpo] não bate, mas treme, fibrila por assim dizer, fazendo com que o sangue fique parado dentro dele formando coágulos). Estas arritmias e os coágulos que se formam podem se soltar do coração e subir para o cérebro, causando derrames;
3. O álcool pode causar lesão do fígado, e perturbar a produção das proteínas que ajudam na coagulação do sangue. Um sangue que não coagula é um sangue dito "fino", e que pode predispor a sangramentos em qualquer lugar, inclusive dentro do cérebro (AVC hemorrágico ou hematoma cerebral) ou mesmo ao redor dele (hematomas subdural e epidural).
Ou seja, há várias maneiras pelas quais o uso excessivo de álcool pode predispor uma pessoa a ter um derrame.
Na próxima página, falaremos da encefalopatia de Wernicke e da Síndrome de Korsakoff
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Comente na minha página do Facebook - Dr Flávio Sekeff Sallem,
Médico Neurologista