quinta-feira, setembro 13, 2012

A relação estreita entre estresse e memória

Artigo tirado do site NeuroscienceNews.com (link) e traduzido livremente:


Estresse destrói as vias que mantém as memórias de curto prazo unidas

O estresse ha muito tempo tem sido considerado o inimigo da atenção, prejudicando a focalização da atenção e danificando substancialmente a memória operacional, a memória utilizada para armazenar informações novas e que serão utilizadas em curto prazo. É esta memória operacional que trabalha as informações recebidas diariamente, nos mantém ativos e produtivos. 
Um grupo de psicólogos da Universidade de Wisconsin-Madison observou neurônios individuais trabalhando, e demonstraram como o estresse pode danificar a mente, e como os neurônios de uma área do cérebro chamada de córtex pré-frontal ajudam a "lembrar" as informações. 
Veja o córtex pré-frontal abaixo:
http://neurosciencenews.com/neuroscience_images/prefrontal-cortex-public.jpg
A memória operacional é flexível e de curto prazo, e permite ao cérebro carregar uma grande quantidade de informações a mão a fim de realizar atividades simples e complexas. Sem ela, você esqueceria a primeira metade desta frase ao começar a ler a segunda parte. O córtex pré-frontal é vital para a memória operacional. Esta parte do cérebro não é importante para ouvir, ler e entender, falar, manter as memórias de longo prazo, como as de sua infância, ou mais recentes como o que você leu no jornal ontem. Mas sem ele, você seria incapaz de manter uma atividade ou modular bem suas emoções, você se distrairia facilmente e seria mais impulsivo.
Os neurônios desta região do cérebro armazenam informações por curtos períodos de tempo, podem apagar a informação se não mais necessária, e armazenar algo completamente novo. 
Por isso, por conta desta característica destas células, a informação nelas armazenada torna-se vulnerável ao estresse. Os neurônios necessitam auto-estimular-se a cada segundo para manter as inúmeras informações armazenadas, sob o risco de perdê-las. 
No estudo citado acima, uma carga de estresse, no caso um barulho alto, na presença de ratos de laboratório andando dentro de um labirinto desenhado para testar justamente a memória operacional, fez com que muitos neurônios sofressem interferência e esquecessem de se auto-estimular - ou seja, o que ele estava fazendo antes. 
Sob estresse, os neurônios ficam ainda mais ativos, mas sem reter a informação necessária para completar o trabalho, no caso acima terminar o labirinto. Ao invés, os neurônios acabam reagindo a outros estímulos, menos úteis. 
Os registros eletrográficos dos neurônios pré-frontais nos ratos do estudo demonstraram que estes neurônios são incapazes de reter informações-chave para manter ações encadeadas. Os neurônios, ao invés, estavam frenéticos, reagindo a distrações como barulhos e odores na sala. 
A literatura, de acordo com os autores, demonstra que o estresse desempenha um papel em mais da metade dos acidentes de trabalho, e muitas pessoas têm de trabalhar sob o que os autores considerariam uma grande carga de estresse. A distração que acaba ocorrendo o faz inicialmente a nível celular, simulando o que ocorre conosco a nível macroscópico. 
Ou seja, controlar o estresse é fundamental para manter sua memória ativa. 





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Comente na minha página do Facebook - Dr Flávio Sekeff Sallem,
Médico Neurologista