Voltamos ao assunto Epilepsia. Mas para saber mais, antes de discutirmos o tema proposto acima, vá a este link bem curtinho para entender o que é epilepsia, crise epiléptica e convulsão.
Bem, observe o lobo temporal do cérebro:
O lobo temporal possui, didaticamente, duas partes, a parte externa, chamada e neocortical, e a parte interna, ou mesial (vem da palavra medial, que quer quiser próximo ao meio, mais ao centro do que outras partes). A porção neocortical, que pertence ao neocórtex ou córtex evolutivamente mais novo, é a parte externa, lateral, mais distante do meio do cérebro do lobo temporal. Lesões desta porção do lobo temporal podem produzir crises epilépticas, as chamadas crises temporais neocorticais.
http://virtualpsy.locaweb.com.br/adm/img2/Lobo_Frontal.jpg |
A porção mesial é mais epileptogênica, ou seja, suas lesões produzem crises epilépticas com mais facilidade, por conta de vários motivos, entre eles as características celulares das estruturas do local e as necessidades metabólicas intensas. Fora que as estruturas que compõem a porção mais interna, mesial, do lobo temporal são estruturas que produzem descargas epilépticas com mais facilidade quando lesionadas.
Entre as estruturas, encontra-se o hipocampo, sobre o qual já falamos neste blog (leia mais aqui), e que tem esse nome por conta de sua forma semelhante à de um cavalo-marinho (hipocampo) em corte.
A epilepsia do lobo temporal é a forma mais comum de epilepsia no adulto, e suas manifestações clínicas são variadas.
A crise mais comum é a chamada crise parcial complexa, ou CPC, onde há uma alteração da consciência, sem desmaio, precedida a maior parte das vezes por um mal-estar mal definido no abdome, como que uma azia, ou um odor de borracha ou algo queimando que somente o paciente sente (uma alucinação olfativa, produzida pela estimulação de uma estrutura chamada de uncus do hipocampo). Logo vem a alteração de consciência podendo haver automatismos, ou seja, movimentos repetitivos sem propósito da boca, língua, mãos, ou pernas. O paciente pode sentir antes também uma sensação de estar saindo do corpo, ou como que um ambiente novo fosse de repente desconhecido (jamais-vù) ou que uma situação nova já tivesse ocorrido com o paciente antes (dejá-vù), ou sensações estranhas, ou uma sensação de prazer ou medo intensas, antes da alteração de consciência. Após a crise, pode haver retorno à normalidades, geralmente com algum grau de confusão mental, ou pode haver generalização da crise, ou seja, o paciente pode apresentar uma crise convulsiva com perda de consciência, e abalos generalizados do corpo (a crise mais conhecida pelo leigo).
As causas de epilepsia do lobo temporal variam, podendo ser desde traumas cerebrais, tumores, derrames, ou mesmo idiopáticas (sem causa definida ou conhecida) até a famosa esclerose mesial temporal.
A esclerose mesial temporal, ou EMT, uma forma de, digamos, cicatriz das estruturas internas do lobo temporal que pode ocorrer em várias situações, envolve o hipocampo, e é a causa mais comum de epilepsia do lobo temporal.
Observe abaixo:
Esta é uma figura de uma ressonância mostrando, à direita com uma seta laranja, um hipocampo menor do que o do outro lado. Compare com a figura abaixo, um desenho mais nítido do que ocorre patologicamente falando:
Observe que à direita há uma diminuição do hipocampo (compare com a figura acima) com aumento do espaço negro acima, ou seja, o ventrículo cheio de líquido (líquor). Uma cicatrização leva a diminuição da massa cerebral, e há, logo, aumento dos compartimentos de líquido ao seu redor.
Observe abaixo mais uma forma de esclerose mesial temporal:
Observe que nesta figura, a seta demonstra o hipocampo esquerdo (do lado direito da figura) mais esbranquiçado do que do outro lado, o que sugere inflamação ou cicatrização, ou seja, esclerose. Em termos patológicos, esclerose nada mais é do que uma cicatriz ou uma inflamação já com sinais de cicatrização.
Observe mais abaixo:
Já este paciente acima não apresenta esclerose mesial temporal, mas um cisto (a massa bem branca nas figuras acima, do lado direito da figura ou esquerdo do paciente, sugerindo líquido) que causa epilepsia do lobo temporal.
Ou seja, há várias causas para os sintomas compatíveis com epilepsia do lobo temporal. E como determinar se o quadro é de epilepsia do lobo temporal e suas causas?
Primeiro, há a necessidade da consulta médica formal em consultório para diagnosticar o caso como epilepsia. Após, pode-se solicitar um exame de imagem, como uma tomografia ou uma ressonância magnética (esta sempre melhor para ver lesões do lobo temporal) e um eletroencefalograma.
O resto, somente seu médico pode decidir.
Entre as estruturas, encontra-se o hipocampo, sobre o qual já falamos neste blog (leia mais aqui), e que tem esse nome por conta de sua forma semelhante à de um cavalo-marinho (hipocampo) em corte.
A epilepsia do lobo temporal é a forma mais comum de epilepsia no adulto, e suas manifestações clínicas são variadas.
A crise mais comum é a chamada crise parcial complexa, ou CPC, onde há uma alteração da consciência, sem desmaio, precedida a maior parte das vezes por um mal-estar mal definido no abdome, como que uma azia, ou um odor de borracha ou algo queimando que somente o paciente sente (uma alucinação olfativa, produzida pela estimulação de uma estrutura chamada de uncus do hipocampo). Logo vem a alteração de consciência podendo haver automatismos, ou seja, movimentos repetitivos sem propósito da boca, língua, mãos, ou pernas. O paciente pode sentir antes também uma sensação de estar saindo do corpo, ou como que um ambiente novo fosse de repente desconhecido (jamais-vù) ou que uma situação nova já tivesse ocorrido com o paciente antes (dejá-vù), ou sensações estranhas, ou uma sensação de prazer ou medo intensas, antes da alteração de consciência. Após a crise, pode haver retorno à normalidades, geralmente com algum grau de confusão mental, ou pode haver generalização da crise, ou seja, o paciente pode apresentar uma crise convulsiva com perda de consciência, e abalos generalizados do corpo (a crise mais conhecida pelo leigo).
As causas de epilepsia do lobo temporal variam, podendo ser desde traumas cerebrais, tumores, derrames, ou mesmo idiopáticas (sem causa definida ou conhecida) até a famosa esclerose mesial temporal.
A esclerose mesial temporal, ou EMT, uma forma de, digamos, cicatriz das estruturas internas do lobo temporal que pode ocorrer em várias situações, envolve o hipocampo, e é a causa mais comum de epilepsia do lobo temporal.
Observe abaixo:
http://1.bp.blogspot.com/_5w7Fz_h2xQg/TH9-PziMgJI/AAAAAAAAGRg/S6-gaKARe4M/s1600/Pesquisa+multidisciplinar+avan%C3%A7a+o+conhecimento+sobre+a+epilepsia+do+lobo+temporal+mesial.jpg |
https://encrypted-tbn1.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcRRJ9GmpTkZa6CIexU1sQe20LDg1kn4lBCQx9BXcpeWT9YgNa5iLw |
Observe abaixo mais uma forma de esclerose mesial temporal:
http://img.medscape.com/fullsize/migrated/578/879/ajr578879.fig4.gif |
Observe mais abaixo:
http://www.lasse.med.br/mat_didatico/lasse1/textos/henrique01_arquivos/image003.jpg |
Ou seja, há várias causas para os sintomas compatíveis com epilepsia do lobo temporal. E como determinar se o quadro é de epilepsia do lobo temporal e suas causas?
Primeiro, há a necessidade da consulta médica formal em consultório para diagnosticar o caso como epilepsia. Após, pode-se solicitar um exame de imagem, como uma tomografia ou uma ressonância magnética (esta sempre melhor para ver lesões do lobo temporal) e um eletroencefalograma.
O resto, somente seu médico pode decidir.
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Médico Neurologista