Notícia tirada do site Medical News Today (link) e traduzida livremente para o blog Neuroinformação.
Qual poluído é o ar que respiramos aqui no Brasil? Aqui em São Paulo é bastante.
Pois um novo estudo fornece mais evidências para a suposta ligação entre exposição a agressores do ambiente (como a poluição) e o risco de desenvolver autismo.
Pesquisadores viram que crianças com autismo tinham mais chance de terem sido expostas a poluição do ar nos primeiros 2 anos de vida ou durante a gestação do que crianças sem autismo.A pesquisa foi realizada na Universidade de Pittsburgh, EUA.
O interessante é que a prevalência de autismo e desordens do espectro autista está aumentando. Nos EUA, em 2000, havia 1 criança autista para cada 150 crianças, e hoje, 14 anos após, 1 criança autista para cada 68 crianças (ou 2,2 crianças autistas para cada 150 crianças, um aumento de mais de 100%). No entanto, as causas desse aumento ainda são discutíveis, e vários estudos têm sugerido que a exposição a poluidores ambientes, como pesticidas, pode ser uma causa.
Entre várias substâncias nocivas encontra no ar poluído de grandes cidades ou regiões industriais, temos o estireno (uma substância que, apesar de aparecer em baixas doses na natureza, é utilizada em borracha artificial, isolamentos,
fibra de vidro, tubos, componentes para automóveis e embarcações, além de embalagens plásticas de comida, e pode ser formada da queima da gasolina) e o cromo, elemento químico de número 24, que pode ser encontrado em indústrias de processamento de aço e usinas de produção de energia.
Os pesquisadores fizeram um estudo retrospectivo, ou seja, entrevistaram 217 famílias de crianças com autismo nascidas entre 2005 e 2009, e verificaram se havia ocorrido contato ou exposição a poluição ambiental. Os autores estimaram que cada família esteve exposta a cerca de 30 substâncias que, de acordo com dados da National Air Toxics Agency dos EUA, estão relacionadas a distúrbios de desenvolvimento neurológico e endocrinológico (hormonal). Os autores compararam os dados a famílias de crianças sem autismo das mesmas áreas visitadas, e que nasceram no mesmo período, aumentando, assim, a chance de que seus resultados fossem verdadeiros.
Assim, crianças expostas a estireno e cromo durante a gestação ou até os 2 primeiros anos de vida têm duas vezes mais chance de terem autismo que crianças não expostas.
Outros poluidores, como o cianeto, o cloreto de metila, o metanol e o arsênico, também estão ligados ao autismo.
Que esse estudo sirva de alerta para todas as famílias do Brasil e do mundo, especialmente aquelas que moram em áreas poluídas ou que entram em contato com substâncias nocivas.
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Comente na minha página do Facebook - Dr Flávio Sekeff Sallem,
Médico Neurologista