Este artigo foi escrito pela Dra Ana Perdigão, nutricionista funcional, e gentilmente cedido ao blog Neuroinformação.
Para entendermos como a nutrição pode ajudar na recuperação de
pacientes vítimas de AVC (e/ou preveni-lo), primeiro é necessário,
rapidamente, explicar o que é o AVC.
A sigla significa
uma doença neurológica chamada Acidente Vascular Cerebral (popularmente
conhecida como Derrame). Basicamente, é uma lesão ou dano cerebral que
pode ser de origem isquêmica (AVCI), quando um vaso sanguíneo está
obstruído em alguma região do cérebro, ou de origem hemorrágica (AVCH),
quando um vaso sanguíneo se rompe e há um sangramento ao redor ou dentro
do cérebro. Qualquer uma das formas de AVC, causa diminuição do
funcionamento cerebral, podendo resultar em danos graves ao cérebro. O AVC é uma das doenças neurológicas mais comuns, e,
curiosamente a maioria dos casos é simples de prevenir ou evitar.
O
AVC isquêmico é o mais frequente. Os seus fatores de risco são a ingestão de
álcool, sedentarismo, hereditariedade, tabagismo, alterações nos níveis
de colesterol, estresse, obesidade, diabetes, hipertensão e uso de
alguns medicamentos (ex: anticoncepcionais).
E como a nutrição pode ajudar na prevenção do AVC e na recuperação do paciente após um AVC?
Sabemos
que uma alimentação equilibrada, por si só, diminui o risco de diversas
doenças ou alterações em nosso organismo. Isso porque os nutrientes
presentes nos alimentos são responsáveis por inúmeras (muitas mesmo!)
funções dentro do nosso corpo e "conversam" com nossos órgãos e com a
nossa mente.
Quando uma pessoa é diagnosticada com AVC,
existe todo um protocolo e tratamento específico para minimizar os
danos cerebrais e, claro, salvar a vida daquela pessoa. Infelizmente,
muitos pacientes possuem algumas sequelas (alterações funcionais
permanentes) deixadas pela lesão cerebral, como paralisia, dificuldade
para falar, para pensar corretamente, para engolir ou fazer qualquer
atividade diária.
Nesse sentido, a nutrição é de
extrema importância, tanto para melhorar a recuperação do organismo após a
lesão súbita quanto para prevenir novos episódios e melhorar a qualidade
de vida do paciente. A desnutrição é bastante comum em pessoas que
sofreram um AVC, pois muitas possuem dificuldade para se alimentar
(mastigar e engolir) e para verbalizar/falar o que desejam comer (e, por
isso se recusam ou comem pouco a comida que não gostam). Muitos
pacientes também apresentam, simultaneamente ou isoladamente, episódios
depressivos, alterando ou diminuindo ainda mais o apetite e sensação de
fome.
Além do cuidado de assegurar um bom aporte de
nutrientes ao paciente, deve-se também atentar para a qualidade/sabor,
textura e temperatura dos alimentos. Normalmente, a consistência dos
alimentos é mais pastosa e em temperatura ambiente ou morna, já que pela
dificuldade em se alimentar, a comida pode permanecer mais tempo na
boca, e alimento muito gelado ou muito quente causa desconforto e
incômodo.
Cada caso deve ser avaliado
individualmente. Lembremos que o olfato, paladar, visão e tato estão
intimamente ligados ao ato de comer. Todos, de alguma forma, despertam o
interesse em se alimentar e esses sentidos são interpretados pelo nosso
cérebro, e este gera uma resposta para o ambiente. Por exemplo: comida
com aspecto bonito nos agrada em sentar para comer ou aquele cheiro que
nos deixa com água na boca. E com a lesão cerebral, os sentidos podem
estar prejudicados.
Por vezes, é necessário alimentar o
paciente por sonda. E, em alguns casos, administração endovenosa (pela
veia). De qualquer forma, quando possível, é prioridade fazer o paciente
se alimentar por via oral, que é a maneira mais fisiológica para nos
nutrirmos. A suplementação é, quase sempre, indicada e prescrita, visto
que as necessidades de nutrientes aumentam nesses casos, e a
recomendação varia para cada pessoa. Uma avaliação criteriosa, desde
sinais e sintomas, medicações (que podem interferir na absorção de
nutrientes) até o preparo de refeições, feito por um nutricionista, é
essencial para o sucesso do tratamento.
Por fim, a
nutrição é peça chave para a prevenção nos casos de AVC. Como citado
acima, os fatores de risco são modificáveis, na maior parte das vezes,
com a melhora dos hábitos de vida.
Existem recursos
terapêuticos nutricionais, aliados à terapia com medicamentos, capazes
de ajudar pacientes que sofreram um AVC. Quanto antes forem aplicados,
por profissional especializado, melhores serão
os resultados.
Dra Ana Perdigão - nutricionista funcional
Website: www.draanaperdigao.blogspot.com
Facebok: /draanaperdigao
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Médico Neurologista