sexta-feira, maio 04, 2012

Considerações sobre a depressão e ansiedade

Artigo escrito pela psicóloga clínica Ângela Carvalho Jatobá.


Pós-Graduação em Psicologia Clinica Psicanalitica

Formação em Neuropsicologia Infância/Adolescência/ Adulto
Formação em Terapia Cognitivo-Comportamental Infância/ Adolescência/ Adulto
Coordenadora do Grupo de Apoio para portadores de TDAH-Recife

E-mail: angella.jatoba@hotmail.com

Por que a depressão existe?

Segundo algumas teorias, conforme a civilização se desenvolveu, o homem alterou seu ambiente numa velocidade maior que a sua capacidade de adaptar-se a ele. Evoluímos para viver em grupos, seguindo o ciclo do sol, com a preocupação de obter alimento e procriar. Porém agora as coisas mudaram, pois temos de que nos preocupar com contas, imagem, carreira. E muitos planos acabam frustrados, talvez mais do que a cabeça pode aguentar. E o pior é que temos hábitos sedentários, e graças à luz artificial, fazemos nosso corpo funcionar no tempo do relógio e não no tempo do sol. Isso explica por que a prevalência da depressão tem aumentado. 


Adaptado de Paul Gilbert, Universidade de Derby, Reino Unido, e publicado na Superinteressante. 


O lado bom das nossas falhas (leia mais aqui)

Estudos sobre "depressão", "timidez", "pessimismo", afirmam que estas condições não só têm lado bom, como também são peças fundamentais para uma vida melhor e mais feliz, pois através das nossas falhas se poe atingir o sucesso. 


Algumas considerações retiradas do site da Superinteressante:

A mulher mais rica do Reino Unido ganhou uma fortuna durante uma crise de "depressão" ao escrever um livro, enquanto sustentava sua filha com a ajuda do governo, pois tinha acabado de perder o emprego e se divorciado. Estamos falando da autora de "Harry Potter".

O maior filósofo do século XX não passou no colegial, sofreu bullying na escola por escrever errado, ter uma péssima memória e não fazer amizades, pois não se interessava em conviver com as pessoas. 

O mais famoso intérprete de Johann Sebastian Bach não gostava de tocar para a plateia e não deixava que pessoas encostassem nele.

O inventor da lâmpada, Thomas Edison, era tão avoado que foi expulso da escola aos 8 anos de idade, e precisou estudar em casa.

Algumas pessoas não conseguem se interessar pelo que existe a sua volta, mas é exatamente por isso que conseguem se concentrar dias a fio num só raciocínio e chegam a conclusões geniais.

As pessoas desatentas, por exemplo, conseguem captar vários estímulos no ambiente ao mesmo tempo, e a partir disso fazer associações inesperadas e criativas.

A ansiedade nos protege de pagar para ver uma ameaça, e a tristeza e o pessimismo nos fazem desistir deas ilusões.

Do ponto de vista clínico, não há nada de bom na "depressão", pois ela aprisiona as pessoas no sofrimento, que paralisadas não conseguem tomar decisões e atitudes que melhorariam suas vidas, isolam-se socialmente e tendem a remoer um problema; porém, a "depressão" tem um lado positivo: segundo o psicólogo americano Erick Klinger, um dos primeiros cientistas a pesquisar a "depressão", num artigo de 1975, analisou como o humor melhora conforme o progresso na busca de um objetivo. Isso motiva a pessoa a continuar buscando e a assumir riscos cada vez maiores. E quando esses esforços começam a falhar, uma piora no ânimo a faz voltar atrás, preservar suas reservas e reconsiderar opções. Essa piora, ou seja, essa depressão leve, abre espaço para a introspecção (auto-crítica) e ao auto-exame necessários para se tomar decisões difíceis, como desistir de objetivos inalcançáveis e buscar novas metas; ou seja, pessoas com sintomas leves de "depressão" conseguem abrir mão com mais facilidade de buscar objetivos irrealistas, dando menos murro em ponta de faca, e machucando-se menos do que os esmurradores de lâminas. 

[Adaptado da revista Superinteressante por Ângela Carvalho Jatobá - Psicóloga Clinica - Recife/PE]