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quinta-feira, março 05, 2015

O músculo piriforme

Palpe sua nádega, próximo ao osso que fica bem no meio, e a separa em dois, o sacro. Aí, inserem-se vários músculos importantes, cujas funções são variadas. Dê uma olhada nesta figura, e você conhecerá um pouco mais de seu traseiro, anatomicamente falando:

http://vanjaradic.fi/wp-content/uploads/2014/01/hip-muscles.jpg
Muito prazer, essa é sua nádega vista por dentro. Temos músculos famosos, como os glúteos (que na verdade são três, o máximo, o médio e o mínimo), e músculos menos famosos, como o quadrado femoral, os gêmeos superior e inferior, e o... piriforme!

O piriforme tem esse nome por que, supostamente, tem a forma de uma pera (do latim, pirus ou pirum, ou pera, e formis, forma).

Observe o piriforme abaixo:

http://www.isischiropractic.co.uk/images/PiriformisAndPelvis2.jpg
Tente localizar, agora, o piriforme na primeira figura. 

E olhe quem passa abaixo do piriforme! Ele mesmo, o grande nervo ciático (que alguns chamam de nervo asiático, porque o som parece). 

Muito bem, e qual a função do piriforme?

O piriforme, pela sua inserção no maior osso do corpo, o fêmur, roda a perna externamente e abduz a perna. 

Que??? Fale em português, Oh, pá!

Vamos lá. O piriforme roda a perna externamente. Sente-se, e tente cruzar a perna. Fazendo isso, você está rodando a perda externamente. O piriforme ajuda nisso. 

Observe abaixo:

http://deansomerset.com/wp-content/uploads/2012/10/hip-rotation.png
 Na figura da esquerda, a perna está sendo rodada para dentro ou internamente, e na figura da direita, o contrário, ou seja, a perna está sendo rodada externamente, ou para fora.

E o piriforme abduz a perna. Fique em pé, permaneça na mesma posição, apoie-se em algo, e lateralize a perna para fora, qualquer uma delas. O ato de jogar a perna para o lado de fora é a abdução da perna. Observe abaixo:

http://www.danakenheadfitness.com/blog/wp-content/uploads/2012/12/hip-abduction_-_step_2.max_.v1.png
A garota acima está abduzindo a perna esquerda.

Bem, agora que você já conhece mais um músculo do seu corpo, iremos, no próximo post, falar da síndrome que afeta este pequeno e importante músculo, e que simula uma dor do ciático, ou ciatalgia, a síndrome do piriforme.




domingo, janeiro 27, 2013

A fisioterapia na doença de Parkinson

Post escrito pela Dra. Tatiana de Queiroz Oliveira, Fisioterapeuta - 111274/F
Especialista em Nutrição e Exercício Físico, Membro do Grupo de Pesquisa em Neuropsicofarmacologia - UFC, e gentilmente cedido pela mesma para publicação no Blog.

A doença de Parkinson (DP) é uma doença degenerativa e progressiva do sistema nervoso central (SNC) que se caracteriza pela morte neuronal da substância negra, com consequente diminuição da dopamina, levando a alterações motoras típicas: tremor, rigidez e bradicinesia (lentidão dos movimentos).

A fisioterapia tem um importante papel na reabilitação dos pacientes com DP. Seu objetivo é melhorar a mobilidade, a força muscular, o equilíbrio e a aptidão física, proporcionando uma melhora da qualidade de vida.

O tratamento consiste de exercícios motores, treinamento de marcha (ou seja, o ato de andar), das atividades diárias e exercícios respiratórios. Outra meta é educar o paciente e a família sobre os benefícios da terapia por exercícios.

Técnicas como a Facilitação Neuromuscular Propioceptiva (FNP), que utiliza movimentos rítmicos que simulam movimentos funcionais, buscam reduzir os efeitos debilitantes da bradicinesia, o aumento da amplitude de movimento e da mobilidade. A utilização da FNP no tratamento de pacientes com DP promove uma melhora da postura do paciente, evitando o desenvolvimento do padrão flexor característico da evolução da doença.

Os problemas de equilíbrio podem ser tratados com a reabilitação vestibular (RV), que é um recurso terapêutico que envolve estimulações visuais proprioceptivas (estimulação das vias sensitivas que saem dos músculos e juntas e os ligam ao cérebro - por conta da propriocepção, você consegue saber onde seu corpo e seus membros se encontram no espaço sem olhar para elas) e vestibulares (ou seja, ligados ao labirinto), com a finalidade de manter o equilíbrio corporal. Os problemas de controle postural e equilíbrio têm impacto direto na marcha e na segurança do paciente. Por esse motivo, o treinamento da marcha é um dos principais objetivos da reabilitação na DP.

Com a evolução da doença ocorre uma deterioração da condição física caracterizada pela pobreza dos movimentos e assim uma diminuição das atividades diárias. Exercícios aeróbicos como caminhada ou esteira ergométrica e exercícios de fortalecimento muscular melhoram o desempenho funcional e a qualidade de vida de pacientes com DP.

Um programa de tratamento fisioterápico, incluindo exercícios com a bola suíça, promove alongamento da musculatura, melhora da estabilidade postural e mobilidade dos tecidos moles.

A rigidez muscular característica da DP promove uma diminuição da amplitude torácica, fazendo surgir problemas respiratórios que são vinculados à morbidade e à mortalidade desses pacientes. Dessa forma, exercícios respiratórios irão melhorar a função respiratória desses pacientes.

Diversos estudos têm mostrado que a fisioterapia é o treinamento funcional mais adequado para a melhora das dificuldades motoras dos pacientes com Parkinson.