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sábado, agosto 03, 2013

Cirurgia para doença de Alzheimer

Artigo tirado de publicação da Surgical Neurology International, de 2012 (fonte)

Devido ao envelhecimento populacional, haja vista o aumento da expectativa de vida média da população mundial, aliado à prevalência de doenças crônicas como diabetes, hipertensão e hipercolesterolemia, prevê-se um aumento da prevalência de doença de Alzheimer, a doença neurodegenerativa mais comum do mundo, que já afeta 27 milhões de pessoas mundialmente.

Sabe-se que os tratamentos atualmente utilizados são, de certa forma, pouco eficazes e sintomáticos somente, sem modificações no andar da doença.

De forma simplificada, a doença afeta os circuitos neuronais envolvidos com a memória e outros processos cognitivos, mas pode ser ainda mais ampla. As regiões cerebrais mais afetadas são o hipocampo e o córtex entorrinal (veja abaixo).

http://adayinthelifesciences.com/wp-content/uploads/2013/04/hippocampus.gif
O núcleo basal de Meynert, que comunica-se com a parte frontal e basal do cérebro através de terminações colinérgicas (que contêm uma substância chamada de acetilcolina), e também afetado na doença (veja abaixo em vermelho), foi já em 1985 alvo de estimulação cerebral, que apesar de ineficiente clinicamente, demonstrou evidências de melhora do metabolismo cerebral.

http://www.e-radimaging.com/cffm/custom/Greif%20AD/Figure%202.jpg
Em 2010, após a observação de melhora da memória pós cirurgia da região do hipocampo e adjacências em um paciente tratado para obesidade, foi feito um estudo com estimulação cerebral profunda (DBS, de Deep Brain Stimulation) em seis pacientes com doença de Alzheimer leve a moderada, com bons resultados em estudos de Tomografia com Emissão de Pósitrons (PET Scan), que demonstraram reversão das alterações típicas da doença, além de melhora clínica em um escore de função cognitiva em dois dos seis pacientes, fora diminuição da taxa de declínio cognitivo em todos os pacientes, sem efeitos adversos. 

Comentaremos mais sobre esse tema em post a parte.

domingo, março 10, 2013

Mais informações sobre o tratamento cirúrgico da distonia primária


sexta-feira, junho 15, 2012

Cirurgia para distonia?

Talvez essa pergunta devesse virar uma afirmação - sim, distonia tem tratamento cirúrgico. Mas eu falei tratamento!

Distonia é uma síndrome de contrações musculares involuntárias com posturas anormais. Na verdade, várias doenças dão contrações musculares com posturas anormais, mas a distonia tem uma característica básica, a co-contração de agonistas e antagonistas. Quê???

Em resumo, agonistas são os músculos que realizam os movimentos. Assim o agonista da flexão do braço é o bíceps. E o agonista da extensão da coxa é o quadríceps. E os antagonistas são os músculos que vão contra aquele movimento. O antagonista da flexão do braço é o tríceps, e o da extensão da coxa são os ísquio-tibiais (os músculos da parte de trás da coxa). Nos movimentos normais, quando um agonista contrai, o antagonista tem de relaxar, e vice-versa, senão não rola!!

Mas na distonia o que ocorre é que os agonistas e antagonistas de um mesmo movimento contraem ao mesmo tempo!! Sim, e o membro não move como deve. Fora isso, as contrações são erradas, se espalham por músculos que não deveriam (quem tem cãibra do escrivão, uma forma de distonia do braço, por exemplo, sabe bem do que eu estou falando; quando o paciente tenta escrever, o braço mexe, o ombro mexe, ou mesmo o pescoço mexe só).

E há vários tipos de distonia. Falei que a distonia é uma síndrome, ou seja, há vários tipos e várias causas diferentes. Por isso é uma síndrome. 

O tratamento é variado, e deve sempre ser indicado pelo médico que assiste o paciente, pois somente ele conhece a gravidade da doença, os benefícios que cada tratamento pode levar, e os efeitos adversos que cada paciente poderia ter com cada tratamento ou procedimento. 

O tratamento baseia-se no uso de medicações como o diazepam, o baclofen, o biperideno, ou em uso de medicações por outras vias, como o baclofen por bomba de infusão no líquido da espinha (baclofen intratecal). A toxina botulínica (BxT) como o Botox e o Dysport são ótimos tratamentos para vários quadros de distonia, e em casos mais localizados, ditos focais, como a distonia cervical e a distonia dos olhos (blefaroespasmo) pode inclusive melhorar mais de 80% dos sintomas por até 3 meses. 

Mas alguns pacientes não toleram as medicações, não respondem de forma apropriada à BxT, têm ativação muscular de músculos tão profundos que não conseguimos abordá-los com agulha para a aplicação de BxT, ou têm distonia grave ou multifocal (vários locais do corpo) ou mesmo generalizada. Nestes pacientes, pode-se indicar a cirurgia.

Pode-se operar os nervos que inervam o músculo ativado, como na distonia cervical, onde pode-se fazer lesão seletiva (claro, não vai se fazer lesão de todos os nervos, mas de uma parte deles) de alguns nervos. Ou pode-se lesar uma parte dos músculos ativados, como no blefaroespasmo. Estes tratamentos duram pouco e podem falhar. ou não levar a melhora significativa, como qualquer tratamento. Não que não devam ser feitos. Se um cirurgião tem experiência em alguma técnica destas, e acha que um paciente X tem indicação de fazê-la, e indica a cirurgia, acho correto fazer.

Mas recentemente temos visto vários pacientes beneficiando-se de técnicas de cirurgia intracerebral. Estes procedimentos estão sendo feitos há muito tempo, estão sendo refinados, novas técnicas vão aparecendo, e  mais modernos aparelhos vão sendo construídos. A cirurgia intracerebral para distonia não é experimental, mas já bem difundida e praticada em vários centros do mundo e do Brasil.

Estes procedimentos não devem ser feitos em todos os pacientes com distonia, pois há alguns pacientes que se beneficiariam de tratamentos menos invasivos, como a BxT. Fora que estamos falando de cirurgias, com taxas de complicações e efeitos adversos. Fora ainda que a indicação de cada procedimento, como já falado antes, deve sempre ser do médico que assiste o paciente, e os parágrafos abaixo são somente explicativos, ilustrativos, não devendo nunca servir como indicação ou motivo para indicação de cirurgia. 

Há basicamente dois tipos de cirurgia, como já falados aqui

Há as técnicas ablativas e as de estimulação cerebral profunda. Diferente da doença de Parkinson, na distonia basicamente escolhe-se o globo pálido (leia aqui para saber o que é o globo pálido) como alvo dos procedimentos.

Na cirurgia ablativa, a palidotomia, faz-se uma pequena lesão em um dos globos pálidos (há um de cada lado), geralmente do lado contrário ao lado mais afetado (leia aqui para saber o porquê disso). 

Observe abaixo:

https://encrypted-tbn0.google.com/images?q=tbn:ANd9GcSRkvv93GU0IqF_NghJm2nvEN9mcz0g821pBE1HCiwCdJEBj7zfLw
http://www.parkinsonsdiseasesurgery.net/Common/Uploads/ContentTemplate/53_ParaS_Surgery_Pallidotomy1.jpg
A figura de cima mostra o anel de estereotaxia, o aparelho que é fixado ao crânio do paciente anestesiado para calcular as coordenadas dos núcleos nos planos X, Y e Z, e assim melhor localizar os núcleos-alvo no espaço. O paciente acaba fazendo tomografia, ou melhor ressonância magnética com este aparelho, para a melhor localização dos núcleos.

O plano tridimensional:

https://encrypted-tbn2.google.com/images?q=tbn:ANd9GcTuO-MtddPidLcsdXeXwF_3hp6P4jC0mxefVIxR5EPNhtC5NUquwg


Já a figura de baixomostra um eletrodo de termocoagulação (lesão feita com altas temperaturas) no globo pálido. A lesão deve ser feita no cérebro, com técnicas bem definidas, localizando-se o núcleo alvo em uma ressonância do cérebro do paciente através de cálculos matemáticos precisos em um plano tridimensional (Ufa!!). E geralmente a cirurgia deve ser feita por cirurgiões e equipes muito bem treinadas neste procedimento, com ótimas taxas de sucesso.

Já a estimulação cerebral profunda, ou o marcapasso cerebral, é a colocação de um eletrodo, geralmente bilateralmente, ligado a um marcapasso localizado no peito, que emitiria descargas elétricas com o intuito de modular as descargas dos núcleos envolvidos na distonia. E há vários relatos, registros e pacientes vistos pelo autor, com melhora após o procedimento. Mas não indicamos este tratamento para todos os pacientes, como já falado antes, e a indicação correta necessita passar pelas mãos de um neurologista especialista em desordens de movimento ou de um neurocirurgião especialista em cirurgia para desordens de movimento.

Observe abaixo:

https://encrypted-tbn2.google.com/images?q=tbn:ANd9GcTl30CBagL8gpbb3j1hpTsF_2i5E5QBfiIMHARqfIANQvSdDi8E
Este é um esquema do marcapasso com o eletrodo intracerebral.

Aqui vai outra imagem parecida:

https://encrypted-tbn1.google.com/images?q=tbn:ANd9GcTKSluRZnH_JE3sC1tpQZ0COVeCkds2LjhRkfwklBOltRz_m65q

Há vários tipos de marcapasso. Este aí embaixo é um deles.
https://encrypted-tbn1.google.com/images?q=tbn:ANd9GcQwOwthI6N_Tps9fgDCbIcvcwz1vop1FaTqVLMEU92IW-37Talk
O marcapasso deve ser controlado através de imã colocado sobre a pele limpa. Através deste imã, um aparelho mede os parâmetros elétricos, e o médico assim consegue ajustar o marcapasso às necessidades do paciente.

Um destes aparelhos é mostrado abaixo:

https://encrypted-tbn1.google.com/images?q=tbn:ANd9GcQq_Mo-iMbCL3I6Wt6pmFfjN-JWDvHCoJzZEi9lPQy253rMLs7O
Através dele, conseguimos ver a voltagem do marcapasso, a largura de banda elétrica e a frequência em Hertz (Hz) de estimulação.

O marcapasso deve ter sua bateria trocada a intervalos variados, geralmente a cada 3 a 5 anos, mas isso varia de marcapasso para marcapasso, de paciente para paciente, e de acordo com os parâmetros de estimulação. Seu médico saberá ver isso.

Bem, tentei dar um apanhado geral da cirurgia para distonia. Mais informações, procure um neurologista ou neurocirurgião, ou fale com seu médico. 

terça-feira, outubro 18, 2011

Cirurgia para doença de Parkinson?

A doença de Parkinson é a segunda doença neurodegenerativa mais comum do mundo, perdendo somente para a doença de Alzheimer. Mas há uma grande diferença entre as duas doenças - a doença de Parkinson é tratável, apesar de não ser curável. 

O tratamento envolve basicamente o uso de medicações, as mais variadas, como os agonistas dopaminérgicos e a levodopa, esta última a medicação padrão-ouro (a melhor de todas quando se trata de efeito) para a doença, discutida em outro tópico deste blog. 

A doença de Parkinson, no entanto, evolui com o passar dos anos, e após vários anos, que podem demorar ou não, acabamos por nos encontrar em situações onde a medicação não leva a tanta melhora como levava antes por que já temos uma grande degeneração do núcleo chamado de substância negra, onde há os neurônios que produzem dopamina, o neurotransmissor mais importante na doença de Parkinson.

Além disso, e também com o passar dos anos, necessita-se aumentar a dose de levodopa e agonistas dopaminérgicos, e acabam por aparecer efeitos colaterais, sendo os mais frequentes as flutuações motoras (o paciente ora está ótimo, e de repente ou horas após fica rígido, como se não houvesse tomado a medicação), wearing-off, a perda progressiva do efeito (tempo de ação e efeito) da levodopa, e as discinesias, movimentos involuntários que aparecem com o uso de levodopa, quase sempre no final do efeito ou no pico do efeito da levodopa.

Nestes casos, pode-se optar por tratamentos que já estão consolidados e amplamente difundidos no mundo todo, os procedimentos cirúrgicos em doença de Parkinson. 

A cirurgia não é nova, na verdade é muito antiga, datando as primeiras cirurgias modernas dos anos 50 do século passado. Mas a descoberta da levodopa mudou o tratamento da doença, e a cirurgia ficou para segundo plano. No entanto, com os efeitos colaterais da levodopa cada vez mais frequentes e crescentes, a cirurgia apareceu novamente com alternativa fiel ao tratamento da doença. E funciona quando bem indicada.

E como são as cirurgias?

A cirurgia ablativa é simplesmente a realização de uma lesão em uma dada região cerebral, como um pequeno derrame, mas calculado, monitorizado, e feito para melhorar os sintomas da doença. Temos a talamotomia (feita em uma região chamada tálamo, e com o objetivo de controlar melhor o tremor, de preferência o tremor causado pela doença de Parkinson), a palidotomia (no glodo pálido interno, e com o objetivo de melhora global e melhora das discinesias, isto é, dos movimentos como dança descontrolada que ocorrem em alguns pacientes com doença de Parkinson após o uso da levodopa), a campotomia (feita para melhorar os sintomas globalmente, em uma região chamada de Campo de Forel), a subtalamotomia (também podendo melhorar os sintomas gerais, feita no subtálamo, isto é, abaixo do tálamo). Esta cirurgia é dita irreversível, pois a lesão não volta atrás. Os efeitos podem ser duradouros, mas podem diminuir com o tempo. É uma cirurgia segura nas mãos de quem tem experiência e segurança para realizá-la.

Já a estimulação cerebral profunda (ou DBS, sigla em inglês para Deep Brain Stimulation) é a colocação do marcapasso cerebral. Observe a figura abaixo, da simulação gráfica de um marcapasso:

http://biomed.brown.edu/Courses/BI108/BI108_2008_Groups/group07/DBSsrc-wiredblod.jpg
O marcapasso é como um marcapasso cardíaco, só que os eletrodos são implantados no cérebro, de cada lado. Os fios passam pelo pescoço e entram na cabeça. Já o marcapasso fica no peito, embaixo da pele.

Esta imagem a seguir mostra um idoso com o marcapasso locado no peito. Este marcapsso foi utilizado para tratamento experimental da doença de Alzheimer, mas pode sr usado para exemplificar o da doença de Parkinson, pois se parecem. Observe o efeito estético:

http://www.cbc.ca/gfx/images/news/photos/2010/08/05/linton-robert-cp-9160420.jpg 

O marcapasso, uma vez colocado no peito, deve ser revisto sempre, pois o seu funcionamento depende de parâmetros elétricos (frequência de estimulação, largura de banda, impedância elétrica e amperagem), termos conhecidos para aqueles que lidam com eletricidade. Estamos lidando com uma estimulação elétrica cerebral.

O marcapasso pode ser um dos que vão abaixo:

https://encrypted-tbn1.google.com/images?q=tbn:ANd9GcSoqjXXgZVRK7upCdYv9HFyjeQg1XugzEbnwpNrWaN67SfbK3IpTw
https://encrypted-tbn2.google.com/images?q=tbn:ANd9GcQ1PSpsyU9W67VMs8equgQsnaRh1cV0IPODMM3Wy8rLJmbEiMMdeg

https://encrypted-tbn0.google.com/images?q=tbn:ANd9GcTEDROfBYm5tv4wJNpDS0nQqMP0HQ_gffrH6RgqFOWfkVgyAg4G


O DBS pode auxiliar mais do que a cirurgia ablativa, além de ser um procedimento dito reversível, ou seja, se não der certo, se infectar (menos de 1% dos casos), se houver rejeição (raro), pode ser tirado sem prejuízo ao paciente. Fora isso, por ser um meio ajustável de tratamento, pode funcionar por vários anos. E ainda permite a diminuição da medicação, que pode variar de 30 a 70% (apesar de relatos de retirada completa da medicação, e de eu mesmo já ter presenciado dois casos assim, em que os pacientes estavam somente em uso da estimulação, sem medicações).

Novamente, o marcapasso deve ser colocado por quem entende, por cirurgiões e equipes experientes.

E quem pode ser operado para doença de Parkinson?

Bem, esta é a questão! Primeiro, o paciente necessita do diagnóstico confirmado. E como se confirma o diagnóstico? O diagnóstico só pode ser confirmado verdadeiramente com biópsia cerebral ou necrópsia. Mas em vida, o médico pode fazer o diagnóstico com ótima margem de certeza, através de alguns critérios que foram estabelecidos por pesquisadores britânicos em 1992 (para os interessados em ciência, e que sabem ler em inglês, o artigo original do estudo que auxiliou no diagnóstico clínico de doença de Parkinson pode ser encontrado neste site).

Em resumo, um paciente com quadro de instalação lenta de lentidão dos movimentos (bradicinesia) com tremor e/ou rigidez, geralmente de início em um lado e passando para o outro em meses a anos, sem quedas precoces, sem perda de urina grave ou queda de pressão precoce, sem alterações do olhar para cima ou para baixo, cuja doença dura mais de 3 a 5 anos, e com ótima resposta à medicação conhecida como padrão-ouro, ou seja, a melhor medicação, que é a levodopa, tem altas chances de ter a doença de Parkinson. Há várias doenças que se parecem com a doença de Parkinson, mas que não são, sendo ocasionalmente mais graves, sem boa resposta à levodopa, e sem boa resposta, ou até com riscos, pela cirurgia. Logo, o diagnóstico tem de ser feito com boa margem de segurança, após pelo menos 3 a 5 anos de doença, naqueles pacientes com boa ou ótima resposta sustentada à levodopa.

A idade do paciente é um problema? Sim e não. Pacientes mais jovens são melhores, pois aguentam mais a cirurgia, que é feita com o paciente acordado somente com anestesia local na cabeça, pois necessita-se saber como ficarão os movimentos do paciente no pós-operatório, o que só se consegue examinando o paciente durante a cirurgia. Fora isso, pacientes mais jovens têm menos chances de complicar no pós-operatório. Pacientes mais idosos podem ser operados, claro, mas com mais zelo e cuidado por parte da equipe médica. Eu próprio tenho pacientes acima dos 75 anos operados. E esta questão tem de ser discutida com o neurologista, com o neurocirurgião e com a equipe cirúrgica. Da mesma maneira, pacientes com doenças clínicas, como doenças dos rins, dos pulmões, ou do coração devem ter seus riscos pesados frente aos benefícios da cirurgia.

Pacientes depressivos, deprimidos e com sintomas psicóticos, como alucinações e delírios, não podem ser operados antes de tratar seus quadros psiquiátricos, e muito bem tratados Costumamos verificar medicações que possam estar causando as alucinações, o que é mais possível em pacientes idosos e com tempo mais prolongado de doença, e solicitam-se avalições de psicólogos e psiquiatras antes de operar, com o intuito de evitar maiores complicações e mais problemas no pós-operatório, auxiliando os pacientes a ter uma cirurgia, uma recuperação e uma melhora maiores.

Por último, pacientes já com quadros demenciais, que podem ocorrer em casos avançados de doença de Parkinson, não são aconselhados a operar, pelos riscos de piora do quadro demencial, pelos efeitos nestes pacientes ainda pouco conhecidos, e pelos riscos cirúrgicos intra e pós-operatórios. Mas em casos muito bem selecionados, quando a cirurgia é a útima opção de tratamento eficaz, pode-se estudar este possibilidade, caso a caso.

Ou seja, se você ou seu familiar tem doença de Parkinson, discuta com seu neurologista se há a possibilidade de cirurgia, qual o tipo possível, e quando. Esta decisão é conjunta, pode ser aventada por você ou seu médico, e deve ser discutida com neurocirurgiões que conheçam as técnicas e sabem operar, com boa experiência nesta área. Sempre discuta estes assuntos com o seu médico. Evite tomar decisões por conta própria em qualquer assunto relacionado à sua saúde. Leia muito, tente se manter informado(a) das novidades na área. Procure em sites idôneos, como os sites da Academia Brasileira de Neurologia (acesse aqui), da Associação Médica Brasileira (leia aqui), da American Academy of Neurology (Para quem sabe ler inglês), ou da Associação Brasil-Parkinson (veja aqui).

E sempre siga as recomendações do seu médico. É ele que pode saber o que é melhor para você ou seu familiar.