segunda-feira, outubro 24, 2011

Pequeno dicionário de termos médicos - Amaurose fugaz

E o que seriam tiques? Em inglês, denominam-se tics, e referem-se a movimentos realizados de forma involuntária ou semi-involuntária de forma estereotipada e persistente. E o que quer dizer tudo isso? Vamos explicar.

Movimentos involuntrários são aqueles realizados pelo nosso corpo contra a nossa vontade, e que podemos, mas que geralmente são incontroláveis. Tremores, mioclonias, distonias são movimentos involuntários que nos não é possível controlar, ou como no caso da distonia, podemos controlar ocasionalmente (veremos isso em posts posteriores).

Os movimentos semi-involuntários podem ser parcialmente controlados como no caso dos tiques, onde a pessoa acometida pode conter os tiques por alguns segundos ou minutos, mas às custas de piora dos movimentos após.

Movimentos estereotipados são movimentos que ocorrem sempre da mesma maneira, no mesmo local. Tiques são assim, mas mioclonias e distonias também o são.

Os tiques podem ser classificados como segue:
1. Tiques transitórios da infância - Toda criança em desenvolvimento pode (não necessariamente vai) apresentar movimentos involuntários ocasionalmente, e tiques podem surgir no decorrer do crescimento e desenvolvimemento do cérebro da criança. Esses movimentos podem fazer parte do desenvolvimento da criança, mas estes movimentos devem ser investigados por um médico quando ocorrerem, para se ter certeza de que são movimentos que fazem parte do desenvolvimento normal da criança, e não doença. Tiques podem ocorrer em crianças pequenas, geralmente como abalos motores de um ou ambos os membros, ou outros movimentos do corpo, como do pescoço ou rosto, e que se repetem diariamente por alguns meses ou anos, e depois somem para sempre. São transitórios, temporários, como sugere a definição.

2. Tiques motores ou fônicos crônicos - Se houver tiques que durem mais tempo, e que ultrapassem o período da infância, pode acabar virando tiques crônicos, que podem persistir por alguns anos. Podem ser tiques motores ou fônicos, estes chamados por que produzem sons, como fungadas, tosses, limpeza da garganta, gritos, nomes, palavrões, ou sons animais, como miados, latidos ou outros.

3. Síndrome de Gilles de La Tourette -Será discutida em tópico a parte posteriormente.

Por que a cabeça dói quando comemos algo gelado?



Talvez você já tenha sentido uma forte dor de cabeça, que se localiza bem no meio da testa e sobre o nariz, algumas vezes em que tenha tomado algo gelado, como um sorvete, por exemplo. Esta dor é comum, e é chamada de cefaleia do sorvete (em inglês, brain freeze, literalmente congelamento cerebral, ou cold-stimulus headache). O nome desta condição é glanglioneuralgia esfenopalatina, por conta do estímulo de uma estrutura localizada acima da boca, chamada de gânglio esfenopalatino.

Observe a figura acima, tirada do site http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/9/99/Gray778_Trigeminal.png/563px-Gray778_Trigeminal.png, e que mostra o nervo trigêmeo, o nervo que inerva toda a face e a boca, que dá a sensibilidade e produz a sensação dolorosa, e que está ligado ao gânglio esfenopalatino. O nervo, como sempre nos livros de anatomia, é mostrado em amarelo.

Toda vez que algo gelado entra em contato com o céu da boca, pode haver fechamento (constricção) dos vasos do céu da boca, que pode levar à irritação de terminações nervosas trigeminais locais, o que acaba por produzir a sensação dolorosa. Devido ao nervo trigêmeo inervar toda a boca, incluindo o céu da boca, e a face, incluindo o rosto, a testa e o nariz, a dor pode se irradiar, e referir para a face. 

A dor pode ser intensa, tem estreita relação com algo gelado tocando o céu da boca, dura entre 10 e 20 segundos, e desaparece. Não é grave. A melhor maneira de evitar esta dor é evitar colocar muita coisa gelada na boca ao mesmo tempo, comer devagar, e deixar o objeto gelado na boca um pouco mais de tempo, para que a temperatura suba devagar em contato com a boca.