domingo, janeiro 27, 2013

A fisioterapia na doença de Parkinson

Post escrito pela Dra. Tatiana de Queiroz Oliveira, Fisioterapeuta - 111274/F
Especialista em Nutrição e Exercício Físico, Membro do Grupo de Pesquisa em Neuropsicofarmacologia - UFC, e gentilmente cedido pela mesma para publicação no Blog.

A doença de Parkinson (DP) é uma doença degenerativa e progressiva do sistema nervoso central (SNC) que se caracteriza pela morte neuronal da substância negra, com consequente diminuição da dopamina, levando a alterações motoras típicas: tremor, rigidez e bradicinesia (lentidão dos movimentos).

A fisioterapia tem um importante papel na reabilitação dos pacientes com DP. Seu objetivo é melhorar a mobilidade, a força muscular, o equilíbrio e a aptidão física, proporcionando uma melhora da qualidade de vida.

O tratamento consiste de exercícios motores, treinamento de marcha (ou seja, o ato de andar), das atividades diárias e exercícios respiratórios. Outra meta é educar o paciente e a família sobre os benefícios da terapia por exercícios.

Técnicas como a Facilitação Neuromuscular Propioceptiva (FNP), que utiliza movimentos rítmicos que simulam movimentos funcionais, buscam reduzir os efeitos debilitantes da bradicinesia, o aumento da amplitude de movimento e da mobilidade. A utilização da FNP no tratamento de pacientes com DP promove uma melhora da postura do paciente, evitando o desenvolvimento do padrão flexor característico da evolução da doença.

Os problemas de equilíbrio podem ser tratados com a reabilitação vestibular (RV), que é um recurso terapêutico que envolve estimulações visuais proprioceptivas (estimulação das vias sensitivas que saem dos músculos e juntas e os ligam ao cérebro - por conta da propriocepção, você consegue saber onde seu corpo e seus membros se encontram no espaço sem olhar para elas) e vestibulares (ou seja, ligados ao labirinto), com a finalidade de manter o equilíbrio corporal. Os problemas de controle postural e equilíbrio têm impacto direto na marcha e na segurança do paciente. Por esse motivo, o treinamento da marcha é um dos principais objetivos da reabilitação na DP.

Com a evolução da doença ocorre uma deterioração da condição física caracterizada pela pobreza dos movimentos e assim uma diminuição das atividades diárias. Exercícios aeróbicos como caminhada ou esteira ergométrica e exercícios de fortalecimento muscular melhoram o desempenho funcional e a qualidade de vida de pacientes com DP.

Um programa de tratamento fisioterápico, incluindo exercícios com a bola suíça, promove alongamento da musculatura, melhora da estabilidade postural e mobilidade dos tecidos moles.

A rigidez muscular característica da DP promove uma diminuição da amplitude torácica, fazendo surgir problemas respiratórios que são vinculados à morbidade e à mortalidade desses pacientes. Dessa forma, exercícios respiratórios irão melhorar a função respiratória desses pacientes.

Diversos estudos têm mostrado que a fisioterapia é o treinamento funcional mais adequado para a melhora das dificuldades motoras dos pacientes com Parkinson.


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Comente na minha página do Facebook - Dr Flávio Sekeff Sallem,
Médico Neurologista