segunda-feira, setembro 05, 2011

O que aconteceria se a gente usasse 100% do cérebro?

Notícia adaptada da Superinteressante de agosto de 2011

Esse negócio de que só usamos 10% de nosso cérebro é balela. Na verdade usamos todo o cérebro (100% dele), mas não todo o seu potencial (ah, aí está a questão). Um ato tão simples quanto conversar com o colega ao lado pode ativar todas as áreas do cérebro. Mas só uma parte do potencial de cada uma. Se todas as áreas funcionassem em potência máxima, e ao mesmo tempo, teríamos uma capacidade de digerir informações, sensações e pensamentos muito maior. É como um computador: usando todos os seus recursos, o cérebro teria muito mais capacidade de processamento. Não ganharíamos superpoderes. Mas quebrar códigos, tirar conclusões e analisar situações seriam tarefas muito mais fáceis.

As informações são processadas através dos neurônios com a ajuda imprescindível de suas células de suporte, as células gliais (Leia aqui), e transmitidas de neurônio em neurônio através das sinapses. São o número, a variedade e a capacidade de criar e ativar sinapses, além das variáveis relacionadas às células gliais, que determinam o processamento e a capacidade mental de cada um.

Mas mesmo se todos nós fôssemos gênios, ainda assim, ninguém seria bom em absolutamente tudo. Alguns teriam facilidade para música, outros para física. Há algo, no entanto, que seria comum a todos: nosso cérebro ficaria cansado de tanto trabalho. E, exatamente como um computador, daria pau de vez em quando, nos deixando com uma bela dor de cabeça.

O cérebro é composto de várias áreas que podem ser ativadas por uma única sensação, um único estímulo. Há regiões cerebrais corticais para codificar ocores, sabores, estímulos visuais, estímulos de toque (táteis), estímulos auditivos, etc. Imagine-se cheirando uma flor. Imagine também que quando você tinha 13 anos de idade, e estava encantado pela sua amiguinha de escola, você deu esta flor a ela, mas antes sentiu o odor que saía de suas pétalas (poético). Hoje, anos mais tarde, você se depara com a mesma qualidade de flor, e ao cheirá-la vêm-lhe à memória as mesmas lembranças da garotinha daquela sua escola. Ou um odor traz-lhe à mente, imediatamente, sensações desagradáveis, como sensação de sufocamento ou desespero. Estas interações entre áreas cerebrais, entre regiões diferentes, são comuns e normais em todos nós, mas tornam-se intensas e numerosas em pessoas muito inteligentes, que conseguem fazer associações imediatas entre coisas aparentemente sem nexo, consegue tirar conclusões imediatas a partir de situações que lhe são apresentadas, ou conseguem fazer cálculos por métodos engenhosos.

É como uma pessoa que tem várias conexões sociais e profissionais. Quanto mais conexões pessoais você tiver, mais sucesso você poderá ter em sua vida social e profissional (Fonte: Esquisitologia. A estranha psicologia da vida cotidiana. Richard Wiseman. Ed BestSeller, 2008 - aliás, um ótimo livro).

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Comente na minha página do Facebook - Dr Flávio Sekeff Sallem,
Médico Neurologista