Novidades
sobre a Esclerose Múltipla e Neuromielite Óptica - novidades do 14º BCTRIMS
Nessa última semana tivemos a realização do 14º Congresso Brasileiro de Esclerose Múltipla e Neuromielite Óptica (14º BCTRIMS), onde
foram discutidos avanços sobre o entendimento de
como as doenças ocorrem, como acelerar seu
diagnóstico, definir modos de estimar o comportamento da doença, dados demográficos das doenças, sintomas não clássicos, diagnóstico e tratamento. Pretendo colocá-los a par de nossas discussões.
1. Dados
demográficos - Mesmo o Brasil sendo
um país de dimensões continentais, e o nosso povo
ser fruto de uma grande miscigenação, foi determinado que
o comportamento da EM no Brasil é igual ao dos nossos amigos
europeus. Além disso tivemos uma observação sobre a ocorrência maior de EM em nascidos
nos meses de novembro e abril.
2. Vitamina
D - Esse assunto sempre dá pano pra manga, visto que
existem trabalhos científicos que favorecem e outros que negam qualquer relação entre níveis de vitamina D e risco de EM. De
certeza temos que ainda não há níveis definidos como normais na
nossa população; dessa forma, não temos um valor certo para determinar se iremos ou não prescrever vitamina D. Em um trabalho apresentado não houve nenhuma diferença
entre grupos de pessoas com níveis acima ou abaixo dos
valores ditos "padrão", tanto em gravidade
quanto em ocorrência da EM.
3. Diagnóstico
- Ainda temos como principais ferramentas a história
clinica, o exame feito pelo neurologista, a ressonância magnética e o exame de bandas
oligoclonais (BOC - leia mais sobre isso aqui) no líquor. Mas, de um modo muito agradável, foram relembrados vários
outros diagnósticos diferenciais para os
mesmos sintomas e as mesmas imagens. A mensagem é: "Todo o cuidado é pouco, EM é diagnostico de exclusão".
4. Tratamentos
- Nada mudou drasticamente. Muito foi falado sobre como iniciar o tratamento e como
definir tratamentos mais agressivos. Mas a mensagem principal é que o tratamento tem que ser individualizado, respeitando
várias variáveis.
5. Determinar o comportamento da doença - Isso ainda é uma lacuna no nosso conhecimento. Muita energia esta sendo
gasta com isso, mas com poucos resultados até o momento.
6. Grupos de
pesquisa - Grupos serão montados para estudar questões especificas (EM em crianças
e adolescentes, exames de imagem, dados demográficos,
etc). Dessa forma, muitas novidades serão assentadas no decorrer dos
anos.
7. Sintomas
da EM - Muitas apresentações falaram sob fadiga, dor,
ansiedade e depressão, como podem acontecer e como
diagnosticá-las e tratá-las.
8. Neuromielite
Óptica (NMO) - Metade do congresso
foi sobre a NMO, e fico feliz em dizer que tivemos sumidades mundiais para nos
atualizar sobre o que esta acontecendo. Muito foi comentado sobre diagnóstico e sua
confusão, cada vez maior, com a EM.
Digo para vocês que está ficando cada vez
mais difícil diferenciar NMO da EM com
base somente nos exames corriqueiros, salvo alguns dados que temos guardados para o
diagnóstico. Dentro das formas de EM e de NMO, fica obrigatório
a dosagem do anticorpo para aquaporina-4 (anti-NMO). Porém, o método disponível atualmente ainda deixa a desejar. Os japoneses estão estudando métodos cada vez mais precisos
para o diagnostico correto.
Me
orgulho em dizer que mais de 300 neurologistas estiveram presentes, tanto
especialistas na área quanto especialistas em
formação, mestres mundiais dos
assuntos e fisioterapeutas. Isso mostra a importância
que o assunto tem na nossa comunidade.
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Comente na minha página do Facebook - Dr Flávio Sekeff Sallem,
Médico Neurologista